A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) aposta nas Comissões Diocesanas de Proteção de Menores e Pessoas Vulneráveis e na Equipa de Coordenação Nacional destas Comissões para impedir a repetição de "quaisquer tipos de abusos".
"A Comissão Independente termina o seu trabalho, mas é preciso que sejamos capazes de continuar a dar voz ao silêncio dos mais frágeis", afirmou D. José Ornelas, presidente da CEP. "As Comissões vão entrar em ação de uma forma nova e com um papel protagonista", referiu.
RELACIONADOS
Abuso sexual. APAV realça "trabalho isento e rigoroso" de Comissão sobre abusos na Igreja
Abusos sexuais de criança. Rui Tavares apela ao fim de "impunidade" e "encobrimento" de abusos na Igreja Católica
Recomendações. Igreja deve ter protocolos com serviços de psiquiatria do SNS para ajudar vítimas de abusos
Os bispos reagiram, esta tarde, ao Estudo apresentado, esta manhã, pela Comissão Independente que identificou 512 vítimas de abusos sexuais por parte de padres, estimando-se que o número de vítimas provável será de 4815. "Pedimos perdão a todas as vítimas: às que deram corajosamente o seu testemunho, calado durante tantos anos abusos nem abusadores", afirmou o líder dos bispos.
A Conferência Episcopal Portuguesa procura agora encontrar os mecanismos mais eficazes e adequados para fomentar uma maior prevenção e para resolver os possíveis casos que possam ocorrer, "com celeridade e respeito pela verdade". "Os abusos de menores são crimes hediondos" e "quem os comete tem de assumir as consequências dos seus atos e as responsabilidades civis, criminais e morais daí decorrentes. É preciso que reconheçam a verdade sem nada esconder, que se arrependam sinceramente, que peçam perdão a Deus e às vítimas, e que procurem uma mudança radical de vida com a ajuda de pessoas competentes", disse José Ornelas.
No dia 3 de março realiza-se Assembleia Plenária Extraordinária que será dedicada exclusivamente às questões contidas no relatório, nomeadamente as recomendações que nele são feitas. "Nessa altura será possível apontar medidas concretas a desenvolver", finalizou Ornelas.