As Nações Unidas (ONU) anunciaram, esta terça-feira, uma ajuda inicial de 25 milhões de dólares (23,3 milhões de euros) para apoio humanitário às vítimas dos sismos na Turquia e na Síria, que fizeram mais de 6.250 mortos.
Os fundos são provenientes do Fundo Central de Resposta a Emergências das Nações Unidas, que a organização usa habitualmente para agir de imediato em crises como esta.
RELACIONADOS
Síria. Recém-nascida retirado dos escombros ainda com o cordão umbilical
Sismo na Turquia e Síria. Arménia envia equipas de resgate apesar de problemas diplomáticos
Desastre. Sismo na Turquia e Síria atingiu região que acolhia milhões de refugiados
"Enquanto as pessoas na região lidam com as consequências devastadoras desta tragédia, queremos dizer-lhes que não estão sozinhas", disse o chefe humanitário da ONU, Martin Griffiths.
"A comunidade humanitária irá apoiá-los em cada passo para sair desta crise", acrescentou em comunicado.
O número de mortos nos fortes sismos que atingiram na segunda-feira o sudeste da Turquia e a vizinha Síria aumentou para 6.256, indicou hoje um novo balanço provisório divulgado pelas autoridades turcas.
O anterior balanço apontava para mais de cinco mil mortos na Turquia e na Síria.
Só na Turquia, o número de vítimas mortais subiu para 4.544, de acordo com a Proteção Civil turca (AFAD), que anteriormente tinha contabilizado pelo menos 3.500 mortos e 22 mil feridos no país.
Segundo uma estimativa hoje avançada pela Organização Mundial da Saúde, o número de pessoas afetadas pelos sismos pode chegar aos 23 milhões. Também equipas do Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) estão a apoiar os esforços de resposta de emergência para sobreviventes do terremoto.
"Neste momento, o ACNUR está a fornecer, juntamente com outras agências da ONU, o que as autoridades turcas estão a pedir -- basicamente utensílios de cozinha, colchões, tendas -- para que possamos complementar os esforços de liderança das autoridades turcas para resgatar cidadãos e refugiados turcos da mesma maneira", disse o representante do ACNUR na Turquia, Philippe Leclerc, em conferência de imprensa.
Já o porta-voz do ACNUR, Matthew Saltmarsh, afirmou que, do ponto de vista regional, este é mais um duro golpe para as populações deslocadas da Síria.
"Os refugiados e aqueles que foram deslocados dentro da própria Síria já estão a sofrer com uma crise económica. Estamos no auge do inverno. Temos visto tempestades de neve. (...) Há quase sete milhões de pessoas deslocadas internamente. Há uma enorme necessidade de apoio e assistência humanitária nas partes noroeste e norte da Síria", relatou.
Só na Turquia, mais de 5.600 edifícios foram destruídos, disseram as autoridades. Hospitais foram danificados e um desabou na cidade de Iskenderun, no sul do país.
O porta-voz da ONU, Stephane Dujarric, disse que 224 edifícios no noroeste da Síria foram destruídos e pelo menos 325 foram danificados, incluindo armazéns de ajuda alimentar.
O sismo de segunda-feira foi um dos mais fortes em 100 anos, a par do que abalou Erzincan, no leste da Turquia, em 26 de dezembro de 1939, também com magnitude de 7,8. Este terremoto de 1939 deixou mais de 32 mil mortos e provocou um 'tsunami' no Mar Negro, localizado a cerca de 160 quilómetros do epicentro.
O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, decretou luto nacional de sete dias e, de acordo com o decreto publicado na segunda-feira pelo Governo, as bandeiras serão colocadas a meia haste até ao pôr do sol de domingo.