Uns estavam pelo descongelamento das carreiras e respetivo pagamento de retroativos; outros por aumentos salariais ou pela mobilidade geográfica e contra a excessiva burocratização da educação. Mas todos unidos - professores, assistentes, técnicos - no Porto pela mesma causa: a defesa da escolha pública. E com um recado para o primeiro-ministro, em jeito de pressão negocial: "Desta vez, ninguém nos engana! Se o Costa não recuar, voltamos para a semana!".
Manuela Santos é professora de Filosofia e Psicologia há 34 anos e nunca vai chegar ao topo da carreira, devido ao congelamento. "O máximo que vou conseguir é chegar ao oitavo escalão e tenho excelente nas avaliações há três anos consecutivos", lamenta aquela professora de Gondomar.
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"Não é só o descongelamento das carreiras e os aumentos salariais. Estou aqui a pedir que haja mais disciplina nas escolas. O grau de exigência tem que ser maior. Há muito facilitismo no ensino. E demasiada burocracia. Os professores precisam de tempo para se atualizarem mas passam o tempo a preencher papéis", acrescentou José Ribeiro, um professor de Guimarães a residir no Porto.
Já Carlos Fidalgo desfilou, entre o Marquês do Pombal e os Aliados para pedir "dignidade e respeito" pela carreira dos professores. "Não é só pelo tempo que nos tiraram mas uma série de situações em que o Governo nos ignora", justificou o professor de Matosinhos.
Mobilidade geográfica
Entre os manifestantes, que desfilaram ainda por Santa Catarina, estavam assistentes operacionais, alunos e técnicos superiores e especializados que protestaram contra a municipalização e exigiram a abertura de vagas que garantam a mobilidade geográfica e a vinculação com contrato a termo.
"Os técnicos são necessidades permanentes e não necessidades temporárias", deixou claro Cândida Silva, acrescentando que, no seu caso, pede a consolidação da mobilidade geográfica.
No final, os manifestantes deixaram a garantia de que a luta não vai terminar e sem cedências: "Não pode rastejar quem ensina a voar", apregoaram.