O líder do Grupo Parlamentar do Chega na Assembleia da República, Pedro Pinto, passa a integrar a Direção do partido a partir deste domingo. Pedro Pinto é a novidade numa lista onde deixam de constar Nuno Afonso, que anunciou a desvinculação há dois dias, e o deputado Gabriel Mithá Ribeiro, que se demitiu de vice-presidente em agosto.
Já passavam dez minutos da uma hora da madrugada deste domingo quando a folha A4 com os nomes da nova Direção do Chega foi finalmente afixada num painel do Centro Nacional de Exposições e Mercados Agrícolas de Santarém.
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A lista que os militantes vão sufragar este domingo é composta pelo presidente, três vice-presidentes, seis adjuntos e dois suplentes. Antes também eram doze, mas não havia suplentes, o que significa que a Direção perde dois elementos principais.
A novidade é a integração de Pedro Pinto como adjunto na Direção. O líder parlamentar do Chega era secretário-geral adjunto, um cargo que não existe na versão de 2019 dos estatutos do Chega. Estes estatutos voltaram a vigorar depois de o Tribunal Constitucional ter rejeitado, em novembro do ano passado, a alteração estatutária que o partido tentou averbar. Como o partido já estava a funcionar com as regras dos novos estatutos sem a confirmação do palácio Ratton, teve de regredir a 2019.
Entre os mais próximos de André Ventura continuam os vice-presidentes António Tânger Correia, ex-diplomata e ex-CDS, Marta Trindade, arquiteta que integrará o núcleo duro pela terceira vez, e o deputado eleito por Santarém, Pedro Frazão.
De fora fica Gabriel Mithá Ribeiro, deputado eleito por Leiria, que se demitiu de vice-presidente da Direção em agosto do ano passado. A demissão surgiu como resposta ao seu afastamento da coordenação do Gabinete de Estudos do partido. Depois de se demitir da Direção, Mithá Ribeiro chegou a uma "convergência" com André Ventura que o reintegrou no Gabinete de Estudos. A vice-presidência cai oficialmente agora.
Deputado regional dos Açores sai
Outra saída é a do vice-presidente José Pacheco, deputado regional e presidente do Chega Açores, ao que tudo indica relacionada com a necessidade de compatibilizar a nova estrutura diretiva com os estatutos de 2019.
Como vogais, agora designados de adjuntos, mantêm-se os deputados Diogo Pacheco de Amorim, Rui Paulo Sousa, Ricardo Regalla Dias e Rita Maria Matias, além da coordenadora da comunicação do partido, Patrícia Carvalho. Nuno Afonso, militante número dois e até agora líder da Oposição interna, deixa a Direção. Como confirmou ao JN, vai-se desfiliar do partido.
Na atual versão dos estatutos, a Direção é composta por dois suplentes. Os escolhidos foram Carlos Medeiros e Paulo Jorge Cunha.
Já a disputa para os 30 lugares do Conselho Nacional será protagonizada por oito listas, quantidade que surpreendeu muitos militantes. São lideradas por Patrícia Almeida, João Tilly, Bruno Gabriel, Pedro Pessanha, Marcus Santos, Manuel Matias, Carlos Magalhães e Luís Paulo Fernandes.
Rodrigo Alves Taxa deixa Jurisdição
Rodrigo Alves Taxa deixa a presidência do Conselho de Jurisdição Nacional depois de um mandato muito turbulento que fica marcado por várias expulsões de militantes críticos de André Ventura. "É um papel ingrato, é um cargo onde não fui feliz e de onde não vou guardar boas recordações", resumiu. Será substituído por Bernardo Pessanha, assessor de comunicação do Chega.
Jorge Valsassina Galveias mantém-se como presidente da Mesa da Convenção Nacional e Nélson Joaquim Raimundo continua à frente do Conselho de Auditoria e Controlo Financeiro.
Antes de divulgar as escolhas, André Ventura disse aos jornalistas que nunca conseguiria deixar todos satisfeitos: "Nunca agradaremos a todos os distritos e estruturas do Chega". Explicou ainda que Pedro Pinto e Rui Paulo Sousa serão "adjuntos a assumir as funções de secretário-geral", e que "a estrutura mais reduzida com dois suplentes" está "de acordo com os estatutos antigos" que voltam a estar em vigor.