No final de 2022, Carlos III proibiu o irmão de usar o escritório que tinha em Buckingham. Agora, vedou-lhe também o acesso aos quartos.
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O Rei de Inglaterra, Carlos III, informou o príncipe André que já não há lugar para ele no Palácio de Buckingham. A residência oficial do monarca está a ser alvo de uma reforma e os bens do duque de York foram permanentemente retirados.
A decisão, avançada pelos meios de comunicação social britânicos, surge poucos meses antes da coroação, marcada para o dia 6 de maio.
Já no final do ano passado, no rescaldo do escândalo que o associou a Jeffrey Epstein, o príncipe André teve de deixar de usufruir do escritório privado que mantinha no palácio, recebendo indicação para não usar aquela morada em correspondência futura. "O Rei foi claro. Ele está por sua conta", disse, na altura, fonte ligada ao palácio citada pelos meios locais.
Agora, o duque de York viu-lhe também vedado o acesso ao quarto, que usou na vida conjugal com Sarah Ferguson, mas também após o divórcio. A modelo americana Caprice Bourret foi uma das namoradas que frequentou o Palácio de Buckingham.
O príncipe André perdeu o título honorário concedido pela cidade inglesa de York em 1987 por decisão das autoridades locais, na sequência do seu envolvimento num escândalo sexual. No início de 2022, aliás, Buckingham anunciou que André seria destituído dos títulos militares e das instituições de caridade.
Ainda assim, numa reviravolta para o filho de Isabel II, o caso de abuso sexual apresentado por Virgínia Giuffre num tribunal de Nova Iorque foi formalmente arquivado em março do ano passado, na sequência da celebração de um acordo privado com André.
Giuffre defendia ter sido violada pelo príncipe em 2001, quando era adolescente, no âmbito do esquema de tráfico sexual supostamente organizado por Jeffrey Epstein, que se suicidou após ser preso em julho de 2019, e o seu braço direito, Ghislaine Maxwell, considerada culpada num julgamento em paralelo.
"O príncipe André nunca teve a intenção de prejudicar o caráter de Virginia Giuffre (....) É sabido que Jeffrey Epstein traficou inúmeras raparigas durante muitos anos. O príncipe lamenta a sua associação a Epstein e louva a bravura de Giuffre e de outros sobreviventes em se defenderem a si próprios e aos outros", referiu a defesa, num documento apresentado em tribunal.