Olíder do partido Democratas da Suécia (SD, extrema-direita e maior força da maioria parlamentar) considerou esta quarta-feira o Presidente da Turquia como um "ditador islamita", num momento de impasse nas negociações de adesão sueca à NATO.
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Jimmie Akesson e o SD não estão no Governo, mas constituem a primeira força de apoio ao primeiro-ministro Ulf Kristensen no Parlamento.
O líder do partido da extrema-direita sueca apelou também ao Governo para não ceder às exigências do Presidente turco, Recep Erdogan, na questão da adesão de Estocolmo à Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO).
"Não podemos ir muito longe. Porque [Erdogan] lidera, acima de tudo, um sistema antidemocrático, sendo um ditador com quem temos de lidar", disse Akesson numa entrevista ao diário sueco Dagens Nyheter.
"Sou um líder partidário do partido anti-islâmico SD e tenho opiniões fortes sobre um ditador islamita como Erdogan. Ele é eleito pelo povo, sim. Mas Putin também", disse o líder da extrema-direita sueca.
As declarações de Akesson surgem numa altura em que as negociações sueco-turcas sobre a adesão da Suécia à NATO aparentam estar num impasse.
No início deste mês, Kristersson disse que Ancara estava a fazer exigências que Estocolmo não podia cumprir.
A Turquia "não está em posição" de ratificar a adesão da Suécia à NATO enquanto a situação se mantiver tal como está, disse sábado passado Ibrahim Kalin, conselheiro próximo de Erdogan, após um novo incidente diplomático.
Na semana passada, um grupo pró-curdo pendurou pelas pernas um boneco a simbolizar Erdogan defronte da Câmara Municipal de Estocolmo, acusando o Presidente turco de ser um "ditador".
Os governos turco e sueco condenaram veementemente a operação, provocando um debate na Suécia sobre a necessidade de não sacrificar as liberdades de expressão e de manifestação.
Desde maio que a Turquia bloqueia a entrada da Suécia - assim como a da Finlândia - na NATO, acusando Estocolmo de abrigar no território sueco membros do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) e de organizações aliadas, que Ancara considera como "terroristas".
Apesar de, em junho, a Turquia e a Suécia terem assinado um memorando de entendimento, Ancara considera que as suas exigências estão longe de estarem satisfeitas, em particular no que diz respeito à extradição de cidadãos turcos que a Turquia quer julgar por "terrorismo".
O Governo sueco considera que é o sistema judiciário sueco quem tem a última palavra nesses casos, destacando que os tribunais são independentes.