O historiador e professor universitário Manuel Loff vai assumir em março o mandato de deputado pelo PCP, em substituição de Diana Ferreira, que não reassumirá o mandato, anunciou, este sábado, o partido.
De acordo com uma nota do gabinete de imprensa do PCP, "na base da consideração da organização da sua vida, Diana Ferreira, deputada do Grupo Parlamentar do PCP na Assembleia da República, terminada a licença de maternidade, período em que está a ser substituída por Alfredo Maia, não reassumirá o mandato".
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"A partir do início de março e até final da atual sessão legislativa, em setembro de 2023, será substituída por Manuel Loff, candidato independente proposto pelo PCP na lista da CDU pelo círculo eleitoral do Porto à Assembleia da República", lê-se na mesma nota.
O historiador e professor universitário Manuel Loff, de 57 anos, foi o terceiro da lista da CDU no círculo do Porto às legislativas de 2022, encabeçada por Diana Ferreira.
O PCP anunciou no início de setembro do ano passado que a deputada Diana Ferreira iria suspender o mandato, por motivos de saúde associados à fase final da gravidez.
Diana Ferreira foi inicialmente substituída pelo antigo presidente do Sindicato dos Jornalistas (SJ) Alfredo Maia, jornalista do Jornal de Notícias, 13.º da lista da CDU no Porto, círculo no qual os comunistas conseguiram um eleito.
Nas legislativas antecipadas de 30 de janeiro de 2022, a bancada do PCP diminuiu de dez para seis deputados e o PEV ficou sem representação parlamentar. A coligação CDU tinha na legislatura anterior um total de 12 deputados.
Em novembro, Paulo Raimundo foi eleito secretário-geral do PCP pelo Comité Central. Jerónimo de Sousa deixou o cargo depois de 18 anos à frente do partido.
Numa curta nota biográfica, o PCP refere que Manuel Loff "foi dirigente de movimentos estudantis que contestaram os governos de Cavaco Silva" nos anos 1980 e é um defensor "do ensino superior público e de uma política de ciência que dignifique o trabalho dos investigadores e o seu contributo efetivo para o desenvolvimento do país".
"Enquanto historiador, é autor e coautor de obras centradas no estudo do fascismo, do colonialismo, da resistência e da revolução portuguesa, coordenando, participando e orientando muitos projetos de investigação nesta área. Nesse âmbito, tem participado num esforço coletivo, à escala nacional e internacional, de denúncia das campanhas de revisionismo histórico contra a memória da construção da democracia e o papel da resistência antifascista e anticolonial", acrescenta o PCP.