Cerca de 3300 aproveitaram o regime "casa aberta" que esteve disponível à tarde. DGS pede aos pais que respeitem os horários dos agendamentos para domingo. Adesão pode não chegar aos 30%.
A vacinação infantil arrancou a meio gás, tal como se previa pelo número de autoagendamentos realizados até sexta-feira, mas a abertura excecional do regime "casa aberta" durante a tarde de sábado permitiu imunizar mais 3300 crianças dos 9 aos 11 anos sem marcação prévia. Até às 19 horas, um total de 41 200 meninos e meninas estenderam o braço para se protegerem contra a covid-19.
No domingo, prossegue a imunização desta faixa etária, de acordo com os agendamentos feitos durante a semana, e a Direção-Geral da Saúde apela a todos os utentes com agendamento para que respeitem o horário marcado para a vacinação, de forma a garantir a fluidez de todo o processo.
Tendo em conta os agendamentos online feitos entre segunda-feira à noite e sexta-feira de manhã (77 mil), domingo haverá cerca de 39 mil crianças para vacinar e, à hora de fecho desta edição, não se sabia se o regime casa aberta voltará a estar disponível. Em Portugal continental, há um total de 280 647 crianças com idades entre os 9 e os 11 anos. Ainda que muitas já tenham tido covid-19 e possam ainda não ter cumprido o prazo de cinco meses para serem vacinadas, é expectável que a adesão ao processo durante o fim de semana não ultrapasse os 30%.
Questionada sobre os números, a diretora-geral da Saúde, que acompanhou a vacinação dos mais pequenos na FIL, em Lisboa, desvalorizou. "É um número normal para o primeiro dia, à medida que o processo vai acontecendo, os números vão aumentando", afirmou, em declarações à SIC. Tanto Graça Freitas, como o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, António Lacerda Sales, que esteve no Centro de Vacinação de Gondomar, esclareceram que as crianças destas idades que não foram imunizadas agora poderão fazê-lo nas próximas datas (ver calendário).
ÓMICRON ESTÁ EM 89 PAÍSES
O esforço de vacinação decorre em contrarrelógio, numa altura em que a ómicron já foi detetada em 89 países. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a nova variante faz com que os casos de covid-19 dupliquem a cada 1,5 a 3 dias em locais com transmissão comunitária. Em Portugal, a nova estirpe está a duplicar a cada dois dias, vai ser dominante no Natal e representar 90% dos novos casos no final do ano, informou, na sexta-feira, a ministra da Saúde. Este sábado, voltaram a registar-se mais 5062 casos e 12 mortes associadas à covid-19.
Nem mesmo os países com altas taxas de vacinação ou naqueles onde uma proporção significativa da população recuperou da doença estão a escapar à ómicron, avisou a OMS, reconhecendo que ainda não está claro se o rápido crescimento de casos é porque a variante contorna a imunidade existente, se é inerentemente mais transmissível do que as variantes anteriores, ou se é uma combinação de ambas. A eficácia das vacinas covid-19 assim como a gravidade da doença nos doentes infetados são outras questões que continuam sem resposta.
Calendário
Vacinação dos 9, 10 e 11 anos continua no domingo
Os centros de vacinação de todo o país continuam no domingo a a imunizar contra a covid-19 exclusivamente as crianças de 9, 10 e os 11 anos. As vacinas a administrar são as da Pfizer, aprovadas pela Agência Europeia do Medicamento, e têm uma composição diferente da dos adultos (um terço da dosagem).
Três períodos em janeiro
Entre 6 e 9 de janeiro, na semana de contenção de contactos, serão vacinadas as crianças de sete, oito e nove anos. A 15 e 16 de janeiro, as que têm entre seis e sete anos e, a 22 e 23 de janeiro, as de cinco.
Segundas doses entre fevereiro e março
O intervalo recomendado entre as duas doses da vacina é de seis a oito semanas. As crianças vacinadas este fim de semana deverão receber as segundas doses a partir de 5 de fevereiro, sendo que o processo decorre até 13 de março.