A Inspeção-Geral da Administração Interna vai instaurar oito processos disciplinares a elementos do SEF na sequência do inquérito que apurou as circunstâncias da morte de um cidadão ucraniano em março no aeroporto de Lisboa.
Além dos oito processos disciplinares agora instaurados pela Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI), o ministro da Administração Interna já tinha determinado, a 30 de março, a instauração de processos disciplinares ao diretor e ao subdiretor de Fronteiras de Lisboa, ao Coordenador do Espaço Equiparado a Centro de Instalação Temporária (EECIT) do aeroporto e aos três inspetores do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) suspeitos do crime de homicídio do cidadão ucraniano.
"Por despacho do ministro da Administração Interna de 30 de março, foi determinada a instauração de seis processos disciplinares, bem como de um inquérito visando apurar as circunstâncias em que um cidadão estrangeiro faleceu nas instalações do EECIT do aeroporto de Lisboa, e que levaram à detenção de três inspetores do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras", refere uma nota da Inspetora-geral da Administração Interna enviada à agência Lusa na altura. A juíza desembargadora Anabela Cabral Ferreira avança agora que, concluído o inquérito, "foram instaurados mais oito processos disciplinares a elementos do SEF".
O homicídio do cidadão ucraniano Ihor Homenyuk terá sido cometido nas instalações do Centro de Instalação Temporária do aeroporto de Lisboa a 12 de março, depois de a vítima ter supostamente provocado distúrbios no local e ter tentado entrar em Portugal ilegalmente.
A Polícia Judiciária considerou que os três inspetores do SEF são "os presumíveis responsáveis da morte". A acusação do Ministério Público contra os três inspetores deverá ser conhecida até quarta-feira, quando faz seis meses que os três polícias estão em prisão domiciliária.
O caso da morte de Ihor Homenyuk levou à demissão do diretor e do subdiretor de Fronteiras do aeroporto de Lisboa pela diretora do SEF, Cristina Gatões.