A divulgação de fotografias panorâmicas de uma tourada captadas na praça de Touros Monumental Celestino Graça, em Santarém, espoletou, nos últimos dias, vários comentários inflamados nas redes sociais. Mas a organização garante que o evento foi aprovado pelas autoridades de saúde e que o plano de contingência foi integralmente cumprido
As críticas tiveram por base uma eventual diferença de critérios aplicados em diferentes atividades e eventos, sobretudo por comparação ao futebol, e ainda um suposto incumprimento das regras de distanciamento físico em vigor no espetáculo tauromáquico. "Na praça de touros, não há Covid. Amanhã já vai tudo para o hospital, alguns de quarentena, a moda pegou", atirou um dos muitos internautas descontentes com o cenário.
Em declarações ao JN, um representante da Associação Praça Maior, responsável pela organização do evento, assegurou que "as regras foram cumpridas a 100%", tendo sido criadas as condições descritas no Plano de Contingência para que o público pudesse manter o distanciamento físico, e que foi aprovado pelas autoridades de saúde.
Nesse sentido, garantiu a mesma fonte, a lotação foi reduzida a 50%, tendo sido viabilizados (e ocupados na totalidade) 5750 dos 11.500 lugares existentes, com um modelo lugar sim/lugar não. De acordo com a Inspeção-Geral das Atividades Culturais (IGAC), os espetáculos tauromáquicos devem garantir a existência de um lugar de intervalo entre cada lugar ocupado, exceto se coabitantes, o que pode explicar a suposta aglomeração apontada nas imagens divulgadas. Além disso, os corredores foram marcados com circuitos de circulação e marcas de distanciamento e os pontos de possível aglomeração foram assinalados. Durante o espetáculo, onde Proteção Civil e Polícia estiveram presentes, a organização apelou ainda ao cumprimento das normas preconizadas no âmbito da pandemia de covid-19
A praça Celestino Graça, recinto onde decorreu a tourada, possui o selo "Clean & Safe" ("Saudável e Seguro", em português), que visa distinguir as empresas/estabelecimentos/edifícios que cumpram as recomendações da Direção-Geral da Saúde para evitar a contaminação dos espaços com o novo coronavírus.