O Partido Ecologista "Os Verdes" (PEV) antevê "um Orçamento difícil" para 2021 e aguarda pelo documento do Governo, sendo certo que apresentará as suas propostas.
Esta posição foi transmitida à Lusa pela dirigente e deputada do PEV Mariana Silva, após uma reunião do Conselho Nacional deste partido, em Lisboa.
Questionada sobre o processo de negociação e aprovação do Orçamento do Estado para 2021, Mariana Silva começou por responder: "Nós ainda temos de esperar que ele venha".
Mariana Silva assegurou depois que o PEV irá "fazer propostas para este Orçamento do Estado para 2021", mas nada mais quis adiantar antes de conhecer o documento do Governo: "Ainda não o temos".
"Será um Orçamento difícil, estaremos perante uma situação social e económica difícil e, por isso, é preciso conseguirmos encontrar aqui soluções rápidas e eficientes para que se faça um desenvolvimento equilibrado social e economicamente para o país", considerou.
"Em tempo oportuno diremos qual a nossa opinião sobre ele e a forma como estaremos", acrescentou.
Nas legislativas de 6 de outubro de 2019, a coligação CDU, formada por PCP e "Os Verdes", foi a quarta força mais votada, com cerca de 6,3% dos votos, e elegeu 12 deputados, dois dos quais do PEV.
Nesta legislatura, o PEV contribuiu para viabilizar, pela abstenção, o Orçamento do Estado para 2020, em fevereiro, mas em julho votou contra o Orçamento Suplementar, que foi aprovado com votos a favor do PS e abstenções de PSD, BE e PAN.
Plano 2020/2030: PEV quer mais investimento no SNS
Quanto ao Plano de Recuperação e Resiliência do Governo, o Conselho Nacional do Partido Ecologista "Os Verdes" manifestou reservas, defendendo que é preciso mais investimento no SNS, em particular nos cuidados primários.
Segundo Mariana Silva disse, "a avaliação é negativa" por parte do seu partido em relação a um conjunto de pontos do Plano de Recuperação e Resiliência.
"Achamos que tem pouco investimento no Serviço Nacional de Saúde (SNS), nas escolas públicas, e que há aqui uma falta de preocupação com a preservação e conservação da natureza, que devia estar mais vincada", explicou.
Segundo a deputada, "por isso, sai deste Conselho Nacional a vontade de se fazer propostas para o reforço do SNS, com investimento claro em áreas muito específicas como os cuidados primários, com a reabertura urgente dos centros de saúde e até do alargamento dos seus horários".