Sondagem da Aximage para o JN e a TSF revela uma mudança na opinião pública de julho para setembro: há agora mais portugueses a defender (47%) do que a rejeitar (40%) um novo confinamento.
Já são mais os portugueses que defendem um novo confinamento (47%) do que aqueles que o rejeitam (40%). Ainda que a maioria acredite que o país está agora melhor preparado (50%) para enfrentar o inverno. O mais recente barómetro da Aximage para o JN e a TSF revela, assim, uma mudança significativa face a julho, altura em que a maioria (51%) ainda recusava a mais radical das medidas de combate à pandemia de covid-19.
Uma possível explicação para esta inversão de tendência será a contabilidade diária do número de casos. Em meados de julho, enquanto decorria o trabalho de campo da Aximage, o número de novos infetados rondava as três centenas. Dois meses depois, e também durante os quatro dias de recolha de opiniões, o número de novos infetados diários passou para a casa das seis centenas.
Recorde-se que foi também durante este período de setembro que se intensificou a discussão sobre a decisão do Governo de levar o país para uma "situação de contingência" e, com isso, a imposição de uma série de medidas restritivas, sobretudo nas áreas metropolitanas do Porto e de Lisboa. Uma área em que o Governo parece ter alguma margem de manobra: 54% dos inquiridos até defende que, a haver um novo confinamento, este deve ser mais exigente do que o anterior.
CONFINAMENTO MAIORITÁRIO
Quando se analisam as escolhas dos diferentes segmentos da amostra (idade, regiões, classe social e voto partidário), percebe-se que há parcelas da população em que o apoio a um novo confinamento já é maioritário: é o caso dos habitantes das regiões Norte e Centro (52%), das classes médias (51%), da faixa etária dos 18 aos 34 anos (65%) e dos portugueses que optaram pela abstenção nas eleições (53%).
Ao contrário, há segmentos da população em que a resistência a medidas restritivas é mais aguda, ainda que nem sempre maioritária: é o caso dos portugueses entre os 50 e 64 anos (51% contra novo confinamento), dos que estão nos escalões de rendimento mais elevados (42%), dos que votam no PS (49%) e dos que vivem na Área Metropolitana do Porto (44%).
Quando o valor a ter em conta é a percentagem de pessoas que defende um confinamento mais exigente do que o anterior, destacam-se os habitantes da Região Centro (60%), os que têm 35 a 49 anos (65%), as classes médias (entre 57% e 59%) e os portugueses que optam por se abster nas eleições (64%).
CUMPRIDORES OU INCUMPRIDORES?
A generalidade dos portugueses tem uma boa imagem de si próprio, quando o que está em causa é o cumprimento das regras de combate à pandemia: 68% acha que é mais cumpridor do que a maioria dos seus concidadãos (sobretudo os mais velhos). Apenas 6% admite que os seus hábitos são mais relaxados (sobretudo os mais novos).
Já quando está em causa o comportamento dos outros, a apreciação é tendencialmente negativa: a maioria facilita nas recomendações da DGS, segundo 56% dos inquiridos (os mais críticos são as mulheres, os mais pobres e os que vivem na Região Centro).