A Costa Rica começou, esta segunda-feira, a aplicar anticorpos equinos em pacientes com covid-19, numa fase avançada da investigação de um tratamento para pessoas infetadas pelo novo coronavírus.
O medicamento foi obtido a partir do plasma de cavalos, nos quais foram injetadas proteínas do novo coronavírus, e começou a ser aplicado em 26 pacientes internados com a doença, informou Román Macaya, presidente da Caixa da Segurança Social da Costa Rica (CCSS), responsável pelos hospitais públicos.
Segundo Macaya, o medicamento foi aplicado hoje em quatro pacientes - dois homens e duas mulheres -, de 43, 60, 66 e 77 anos. Os demais irão recebê-lo nos próximos dias. O presidente da CCSS informou que os primeiros resultados do tratamento serão conhecidos "em poucas semanas".
"É um estudo de primeiro mundo", afirmou o ministro da Saúde, Daniel Salas, sobre o tratamento, desenvolvido pela Universidade da Costa Rica e a CCSS. Um medicamento semelhante está a ser desenvolvido na Argentina.
"O tratamento é uma mescla de anticorpos equinos dirigidos a diferentes pontos do vírus, para tentar travá-lo antes que gere consequências para a saúde do paciente", explicou Macaya, assinalando que o medicamento visa reduzir a mortalidade da doença e acelerar a recuperação dos pacientes.
O tratamento com plasma equino foi testado num laboratório da Universidade George Mason, nos Estados Unidos, que verificou a potência dos anticorpos, indicou Macaya, salientando que ter um tratamento desenvolvido por cientistas da Costa Rica "gera esperança".
Se o tratamento se mostrar eficaz, a produção em larga escala será iniciada no Instituto Clodomiro Picado, da Universidade da Costa Rica. O país, de 5 milhões de habitantes, regista 48.780 casos do novo coronavírus e 510 mortos.