Após Marcelo Rebelo de Sousa criticar, este domingo, o atraso na divulgação das regras para a realização da Festa do Avante, a Direção-Geral de Saúde garantiu ao início desta noite que já entregou as suas recomendações ao PCP e ainda atira para os comunistas a responsabilidade de as divulgar.
"A Organização da Festa do Avante solicitou à Direção-Geral da Saúde (DGS) um parecer técnico para a realização da habitual Festa do Avante, cuja versão final foi hoje [domingo] entregue à organização, tal como estava previamente previsto", escreveu a autoridade de saúde pública em comunicado, cerca de três horas após Marcelo Rebelo de Sousa pôr debaixo de fogo a autoridade de saúde.
A DGS justifica o atraso no estabelecimento das regras sanitárias para o evento com a "multivariedade da componente social do evento, assim como a participação de cidadãos de várias gerações", segundo a Direção-Geral de Saúde, o que torna a análise mais "demorada" e "complexa".
A DGS relembra que foram elaboradas várias reuniões com a organização do Avante para adequar as condições do evento às circunstâncias da pandemia de covid-19.
Em comunicado, a autoridade de saúde pública adianta que o recinto na Quinta da Atalaia, no Seixal, tem "múltiplos espaços" a que se aplicam regras de restauração, eventos culturais e de "circulação de pessoas". "É necessário que estejam assegurados todos os aspetos que permitam salvaguardar não só a saúde dos participantes, mas também da comunidade", lê-se no documento.
Os detalhes deste parecer técnico só poderão ser conhecidos caso o Avante queira divulgá-los, neste caso o Partido Comunista Português (PCP), já que a Direção-Geral de Saúde afirma que "não divulgará o conteúdo".
O Presidente da República em visita ao Algarve, para um encontro com autarcas da região, deixou críticas este domingo à atuação da DGS na demora da divulgação das regras do evento do PCP. "Assim, não se pode saber se as regras serão respeitadas. Acho que isto não é bom para ninguém. Não é bom para o Estado. E a DGS significa aqui o Estado", disse Marcelo Rebelo de Sousa.