O primeiro-ministro afirmou, esta terça-feira, que a ministra do Trabalho e da Segurança Social, Ana Mendes Godinho, não desvalorizou a situação do lar de Reguengos de Monsaraz, garantindo que foi aberto um inquérito logo no dia 12 de julho e apresentados os resultados ao Ministério Público quatro dias depois.
Em declarações aos jornalistas, após presidir à reunião do Centro de Coordenação Operacional Nacional (CCON) da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), na sede de Carnaxide, António Costa defendeu "o excelente trabalho" realizado por Ana Mendes Godinho, garantindo que "não vale a pena pedirem a demissão" da ministra. "Tenho toda a confiança no trabalho de Ana Mendes Godinho", garantiu, defendendo que "não nos devemos distrair do que é essencial nem estar com polémicas artificiais".
Tenho toda a confiança no trabalho de Ana Mendes Godinho
"Gostaria de recordar que Ana Mendes Godinho instaurou um inquérito [à situação do lar de Reguengos] logo no dia 12 de julho e, no dia 16, já estava a comunicar os resultados ao Ministério Público para os devidos efeitos de investigação. Por isso, os relatórios posteriores, que têm factos contraditórios, não são uma novidade", frisou o primeiro-ministro.
António Costa realçou ainda que a preocupação com estas instituições, em tempo de pandemia gerada pelo novo coronavírus, "não é de agora, mas desde o primeiro minuto", razão pela qual, sublinhou, "houve um aumento de 5,5% das transferências para apoio aos lares".
"Não houve nas palavras da ministra nenhuma tentativa de desvalorização da situação", garantiu, a propósito da polémica gerada em torno da entrevista de Mendes Godinho ao Expresso, durante a qual afirmou que, nos lares, a "dimensão dos surtos não é demasiado grande em termos de proporção".
Além disso, António Costa recordou que "os lares não são do Estado". "São fruto da atividade do terceiro setor, que são parceiros do Estado. Se desvalorizássemos a gravidade da situação não tínhamos aumentado os recursos financeiros e feito a testagem e reforço dos meios de proteção individual", frisou.
"Não baixem a guarda" também na prevenção do risco de incêndio
Em relação à prevenção dos riscos de fogos rurais, António Costa pediu aos portugueses que não baixem a guarda.
"O apelo que gostaria de fazer a todos os portugueses é que, apesar de dias anómalos para o que é normal em agosto, não esquecerem que não podemos baixar, também na prevenção de riscos de incêndio, a guarda. Tal como é fundamental usarmos máscara, lavarmos constantemente as mãos, é absolutamente fundamental evitar todos os comportamentos de risco que possam criar riscos de incêndio", sublinhou.
António Costa recordou que "o passado mês de julho foi o mais quente desde 1931". "Todos não somos de mais para sermos também agentes da Proteção Civil", vincou.
"Como já vimos este ano, os riscos tiram mesmo a vida e já houve quatro bombeiros e um piloto que perderam a vida", lamentou.