O presidente da República defendeu, esta quarta-feira, que Portugal deve "continuar a ser" um exemplo de estabilidade política e social e "não de radicalismos" ou de "fenómenos inorgânicos" que a questionem.
"Aquilo que todos queremos é que Portugal continue a ser um exemplo de estabilidade política, institucional, económica e social e não de radicalismos, e não de fenómenos inorgânicos que questionem a estabilidade. Isso tem sido uma mais-valia portuguesa quando comparada com outros países europeus", declarou Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas em Berlim, à margem de uma receção à comunidade portuguesa, no âmbito da visita oficial que iniciou à Alemanha.
Instado a pronunciar-se sobre a anunciada realização de uma "conferência nacionalista" com dirigentes de movimentos de extrema-direita de vários países europeus, no sábado em Lisboa, o chefe de Estado não quis responder sobre a iniciativa em concreto, por estar fora do território nacional, frisando que falaria "em abstrato".
"O que eu posso dizer em abstrato é que o sistema político português tem conseguido mostrar uma grande flexibilidade para acolher aquilo que é o exercício normal da democracia, a diversidade de opiniões", disse.
Por essa razão, acrescentou, o país não tem vivido, no sistema político, "fenómenos que têm acontecido noutros países mesmo europeus".
Essa estabilidade "política e institucional é muito importante para a estabilidade financeira e económica e para a estabilidade social", acrescentou.
Questionado sobre a decisão do Governo de decretar preventivamente "estado de emergência energética" no âmbito do pré-aviso de greve dos motoristas, Marcelo Rebelo de Sousa, que falava ao lado do ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, recusou responder, argumentando que não comenta assuntos nacionais fora de Portugal.
"O Presidente acompanha certamente tudo o que se passa, o que se passou, o que se vai passar, mas entendo que não o devo fazer aqui na Alemanha", disse.