A falta de anestesistas no Hospital de Santa Maria e na Maternidade Alfredo da Costa (MAC), em Lisboa, impediu, este sábado, que uma grávida fosse transferida do Hospital Prof. Dr. Fernando Fonseca (Amadora-Sintra).
O bebé acabou por nascer na manhã deste domingo, no próprio Amadora-Sintra, depois de o hospital ter encontrado "uma solução interna".
A notícia foi avançada pelo jornal "Público" e confirmada posteriormente pelo JN.
"Trabalhamos em rede e sempre que ocorre alguma falha recorremos aos outros hospitais e vice-versa", adiantou àquela publicação fonte do gabinete de comunicação do hospital Amadora-Sintra, sublinhando que é este o procedimento determinado pela Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARS-LVT) para assegurar a assistência aos doentes.
O funcionamento rotativo das quatro urgências de obstetrícia da Grande Lisboa - Santa Maria, MAC, São Francisco Xavier e Amadora-Sintra - devido à falta de anestesistas durante o período de férias chegou a ser equacionado, mas, a 4 de julho, a ARS-LVT anunciou que a solução passaria, entre 15 de julho e 30 de setembro, pelo "reforço da contratação de serviços médicos" nas especialidades de ginecologia/obstetrícia, pediatria e anestesiologia".
Adicionalmente, numa estratégia que abarca também o Hospital Garcia de Orta, em Almada, "as direções clínicas e direções de serviço de urgência das cinco unidades de saúde vão articular semanalmente a necessária afetação de recursos, para que, em cada momento, se possam antecipar eventuais fragilidades decorrentes deste período", acrescentou então, em comunicado, o organismo.
Já este domingo, a ARS-LVT reiterou, contactada pelo JN, que "as maternidades de Lisboa estão a receber grávidas", acrescentando que, "caso haja necessidade de encaminhar utentes, as equipas articularam com o CODU [Centro de Orientação de Doentes Urgentes]/INEM, no sentido de identificar a unidade que naquele momento tem melhor capacidade de resposta".
O organismo salienta ainda que a "articulação entre hospitais e CODU/INEM tem saído reforçada das reuniões regulares que a ARS-LVT tem mantido com as direções clínicas hospitalares". E ressalva que a articulação na rede hospitalar na região é contínua, ou seja, ocorre ao longo do ano".