Hugo Soares, ex-líder do Grupo Parlamentar do PSD e opositor interno de Rui Rio, abandonou mais cedo o Conselho Nacional do partido que está reunido esta noite em Guimarães. Num discurso duro à porta fechada, disse que o veto de Rio "é uma medalha para lembrar no futuro".
Foi duro, como se esperava, o discurso de Hugo Soares. À entrada, o bracarense prometeu dizer "olhos nos olhos" o que sentia face à sua exclusão das listas de Braga, depois de ter sido proposto pela concelhia local e vetado por Rio. E disse-o. O veto, assumido por José Silvano à entrada para o Conselho Nacional, foi considerado por Hugo Soares como uma "medalha para lembrar no futuro".
As declarações foram proferidas à porta fechada, mas não faltam "fugas de informação", tendo em conta que muitos dos elementos presentes na reunião magna dos sociais-democratas está contra o presidente do partido. Antes de abandonar a sala, Hugo Soares acusou Rio de não gostar do PSD, que "quer pequeno e à sua medida", nem do Grupo Parlamentar. Só depois disse que carregaria ao peito o veto de Rio como se fosse "uma medalha para lembrar no futuro".
O bracarense lembrou que vai estar sempre disponível para combater o PS e, à semelhança do que tinha dito aos jornalistas à entrada, manifestou vontade de fazer política fora do grupo parlamentar. À saída, Hugo Soares, não quis falar aos jornalistas.
Recorde-se que as linhas gerais do programa eleitoral foram aprovadas com zero votos contra, mas 17 abstenções. Perto da uma da manhã, discutiam-se os nomes que compõem as listas e a votação de cada círculo eleitoral ainda não tinha sido feita, sendo certo que é por braço no ar, Setúbal ia votar contra e Porto, possivelmente, também. Até àquela hora, a intervenção mais dura tinha foi a de João Paulo Costa, vogal da Distrital de Leiria, que disse tratar-se da "pior lista de sempre" do distrito.