O CDS pretende que as ligações das duas margens do Tejo se abram aos privados e deixem de ser uma exclusividade da Soflusa e da Transtejo.
O objetivo passa por aumentar a resposta do serviço no transporte de passageiros e não representa a privatização ou a concessão das duas empresas públicas que fazem a travessia do rio.
A proposta constará no programa eleitoral dos centristas e é a sétima a ser conhecida deste 4 de junho, quando o partido começou a divulgar semanalmente uma medida.
Segundo o CDS, há um "potencial da travessia fluvial" que está longe de ser aproveitado pelas transportadoras públicas.
Além disso, refere, há um "problema urgente" nas atuais ligações que pode ser em parte resolvido com concorrência e não com "intenções anunciadas" de melhorias das frotas da Soflusa e da Transtejo, que não se farão sentir antes de 2025.
Tendo em conta a falta de navios das duas transportadoras e as recentes paralisações nas empresas, levadas a cabo pelos mestres das embarcações por excesso de horas de trabalho e pela falta de contratações de mais destes manobradores, o CDS diz que há cada vez mais pessoas "a ser obrigadas a recorrer a outros meios de transporte, nomeadamente o automóvel", e "populações mais carenciadas" sem "alternativa de transporte.
Os centristas estimam que a abertura do mercado aos privados poderá "envolver a construção de instalações ou pontões" destinadas aos mesmos, que poderão ser cofinanciadas ou pagas pelas empresas que quiserem assegurar estas ligações.
Em 2018, a Transtejo e a Soflusa transportaram cerca de 18 milhões de passageiros.
Refira-se que, até 1975, havia vários operadores privados a fazer a ligação de várias cidades da Margem Sul à capital, cujas empresas acabaram nacionalizadas dando origem à Transtejo.
Já a Soflusa surgiu mais tarde, nos anos 90 do século XX, criada pela CP para ser o seu braço fluvial na viagem que já assegurava entre o Barreiro e Lisboa. Na altura, esta travessia - que levava cerca de 45 minutos - ligava as ferrovias da Linha do Norte à Linha do Sul.
As ligações asseguradas hoje em dia são Barreiro - Terreiro do Paço [Lisboa], Montijo - Cais do Sodré [Lisboa], Porto Brandão [Almada] - Belém [Lisboa] Seixal - Cais do Sodré [Lisboa] e Trafaria [Almada] - Belém. Esta última permite o embarque com veículos. No passado, Alcochete também chegou a estar ligado a Lisboa por barco.