O presidente executivo da TAP falou, esta quinta-feira, por várias vezes em "fake news" a propósito de notícias sobre os novos aviões A330 Neo, em audição no parlamento, e disse que a empresa nunca colocaria a segurança em risco.
"As 'fake news' sobre esse avião começaram há muito tempo e felizmente não têm afetado a venda de passagens, porque na 'media' [meios de comunicação social] mundial não saem", afirmou Antonoaldo Neves, em resposta aos deputados da Comissão de Economia, Inovação e Obras Públicas da Assembleia da República.
O gestor considerou que tem havido notícias "irresponsáveis sobre a segurança de voos" e sobre os enjoos reportados pela tripulação, realçando que há outras empresas que já usam o mesmo avião da Airbus e que "não reportaram nenhum problema de enjoos".
"A TAP nunca colocaria os seus passageiros e trabalhadores em situação de risco. A TAP tem uma competência histórica de segurança", vincou.
Antonoaldo Neves admitiu os relatos de enjoos, mas disse que ainda não foi comprovada a correlação com os cheiros estranhos detetados.
"É um fenómeno interessantíssimo, precisamos de estudar. Estamos muito dedicados a entender o que está a acontecer", disse.
Sobre os cheiros relatados no interior do avião, Antonoaldo Neves deu uma explicação detalhada e técnica, referindo que tem que ver com a pintura de proteção que o aparelho de ar condicionado tem e referiu que vai desaparecendo à medida que o avião tem mais horas de voo.
"É meramente odoral, não é nocivo para a saúde de ninguém e não representa risco operacional", afirmou, acrescentando que "não é de hoje que tem sacos nos aviões" por causa de enjoos e vómitos.
O responsável disse que a empresa está "muito satisfeita com os resultados" dos novos A330 Neo, e convidou os deputados a visitarem a TAP e passarem lá duas ou três horas a lerem os documentos técnicos que a Airbus enviou.
A fabricante de aviões Airbus garantiu numa carta enviada à TAP que não existe qualquer correlação entre os cheiros estranhos que têm sido detetados nos novos aviões A330 Neo e os sintomas de desconforto na tripulação.
Numa carta datada de 11 de julho, a que a agência Lusa teve acesso, a Airbus diz que após uma análise a situações de desconforto identificadas por alguns clientes dos A330 Neo, foi possível identificar dois efeitos diferentes "cheiros estranhos" na cabine e sintomas de desconforto, não havendo "nenhuma correlação entre estes dois efeitos".
No documento, a Airbus diz ter em curso "inquéritos técnicos" para apurar as causas do cheiro estranho, nomeadamente ao nível do sistema de ar condicionado, para as quais "já tomou medidas corretivas".