O Ministério Público do Alabama vai deixar cair a acusação contra a norte-americana detida e indiciada por homicídio, depois de ter sofrido um aborto espontâneo na sequência de uma rixa que envolveu armas.
Marshae Jones, de 28 anos, foi detida e acusada de homicídio involuntário, na semana passada, por começar uma rixa com outra mulher em Birmingham, Alabama, nos EUA, que causou a morte ao bebé que carregava no ventre. Marshae, grávida de cinco meses, foi baleada no estômago: sobreviveu, mas o filho não.
O confronto, que se deveu a um desentendimento sobre o pai da criança, ocorreu em dezembro passado mas só agora ganhou expressão mediática, com os juízes responsáveis pelo caso a considerarem que a mulher "causou intencionalmente a morte do feto ao iniciar a luta". A detenção provocou indignação em todo o país, sobretudo no seio de movimentos feministas e de defesa dos direitos da mulheres.
Ebony Jemison, quedisparou sobre a vítima, foi acusada de homicídio involuntário mas a acusação caiu, por ter usado a arma num quadro de autodefesa, considerou o mesmo coletivo que julgou Marshae Jones.
Na segunda-feira, a defesa de Marshae entregou uma moção à procuradoria, argumentando que, ao formalizar as acusações contra a cliente, o Estado usou um "raciocínio defeituoso e distorcido" que "ignora a lei e ignora a razão". A ideia de que Jones causou intencionalmente a morte de seu feto ao começar a luta é uma teoria "sem cabimento", afirma o documento.
Na sequência da moção, e tendo em conta a onda de indignação instalada em sequência do caso, a procuradora distrital Lynneice Washington anunciou, na quarta-feira, que ia deixar cair a acusação.
O Alabama é um dos vários Estados norte-americanos com leis de homicídio fetal que permitem formalizar acusações criminais quando crimes violentos culminam na morte de fetos.