O presidente da Câmara de Cascais e ex-vice-presidente do PSD, Carlos Carreiras, fez um desafio a Rui Rio: aceite ir em 15.º lugar na lista do Porto para mostrar que acredita que vai melhorar os resultados.
A estratégia de Rui Rio de apostar em caras novas e pouco conhecidas para encabeçarem as listas dos distritos de Lisboa (Filipa Roseta, vereadora em Cascais), Porto (Hugo Carvalho, presidente do Conselho Nacional de Juventude), Leiria (Margarida Balseiro Lopes, deputada e presidente da JSD), Aveiro (Ana Miguel dos Santos, docente universitária), Braga (André Coelho Lima, vereador em Guimarães e vogal da Comissão Política Nacional) e Coimbra (Mónica Quintela, advogada e porta-voz do PSD para a Justiça) foi encorajada, por ser considerada "uma aposta de rutura e de risco". Mas, num "post" publicado no Facebook, Carlos Carreiras diz que esta decisão tem de ser acompanhada de "algumas precauções", designadamente para que não possa ser questionado se Rio tomou a decisão de não ser cabeça de lista "para poder continuar a dizer que nunca perdeu nenhuma eleição", ou que se trata de "uma estratégia de colocar cordeiros pascais em cabeças de lista para o lobo mau se esconder atrás deles".
Por essa razão, o autarca de Cascais defende que "Rui Rio deve dar um sinal de que acredita que vai melhorar os resultados das últimas eleições legislativas, pelo que, não liderando a lista do Porto, deve ir em 15.º lugar (da última vez o PSD elegeu 14)".
"Do mesmo modo e já estando pronto-anunciados candidatos à presidência do PSD em próximas eleições internas, devia convidá-los para integrarem em lugares idênticos nos seus distritos. Pelo que, por exemplo, Jorge Moreira da Silva em Braga, ou Luís Montenegro em Aveiro deviam de ir em 9.º", defende o autarca, lembrando que o PSD elegeu 8 deputados nas legislativas de 2015 em cada um dos distritos.
Carreiras garante que "as sugestões visam apenas apresentar o PSD unido e a acreditar na vitória, com todos os cabeças de lista e restantes candidatos a fazerem uma campanha credível e apoiados por todos os militantes, incluindo os presidentes de Câmara que foram vitoriosos nas últimas eleições autárquicas".
E deixa um recado, em tom crítico, das opções do líder: "agora não há lugar para amadorismos", escreveu, lembrando os acordos com PCP e BE na questão da recuperação do tempo de serviço dos professores ou, "mais recentemente, o acordo com o PS em relação à tentativa de controlo do Ministério Público" e também o que se passou com a Lei de Bases da Saúde, "em que nos deixámos envergonhar pelo PS ao dispensar a disponibilidade de Rio de dar apoio em substituição do PCP e do BE".
Esta tarde, no Twitter, o líder do PSD, justificou a sua escolha por nomes menos conhecidos para cabeças de lista: "Em nome do nosso futuro coletivo temos de ser capazes de conciliar a ponderação e a experiência com a força e a ambição da juventude. Sem rupturas nunca se conseguem rasgar novos horizontes. Sem rupturas enquistamos e paralisamos", escreveu Rui Rio.