O facto de se encontrar num tribunal - no caso, o de Matosinhos -, diante de uma juíza e de uma procuradora, não coibiu um indivíduo de 33 anos de injuriar e ameaçar de morte todos os presentes na sala, incluindo a mulher, de 32 anos, vítima de violência doméstica, e as duas magistradas. Foi detido pela GNR dois dias depois, na Trofa, e mandado para a cadeia.
Após abandonar o tribunal, o homem, um eletricista da zona da Maia que, em 2018, fora condenado a dois anos e oito meses de prisão, com pena suspensa, pelo crime de violência doméstica - agressões físicas e psicológicas - sobre a mulher, ainda cortou a pulseira eletrónica que permitiria controlar as penas acessórias a que ficara sujeito e as quais, sublinha a GNR, "nunca respeitou", sobretudo a proibição de contactar por qualquer meio e de aproximar-se da vítima, a qual continuou a ameaçar.
As repetidas ameaças de morte e intimidações ocorriam, inclusive, na presença das filhas do casal, de quatro e nove anos, que disseram às autoridades "temer a morte da mãe". As ameaças estendiam-se ainda a elementos masculinos, como amigos, que se aproximassem da mulher.