O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, assegurou esta segunda-feira que o senado mexicano vai ratificar na próxima semana o acordo comercial com os Estados Unidos e o Canadá (T-MEC).
"Posso assegurar que na próxima semana o senado mexicano vai ratificar o tratado de livre comércio", disse Obrador, em conferência de imprensa, no palácio nacional.
O governante considerou que a ratificação do T-MEC, que substitui o Tratado de Livre Comercio da América do Norte (TLCAN), é "uma boa notícia para o México e para o mundo".
A negociação para a modernização do TLCAN começou em agosto de 2017, tendo o acordo sido alcançado em novembro de 2018.
Recentemente, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou o México com tarifas sobre as importações, tendo sido, posteriormente, alcançado um acordo entre os dois países.
Na sexta-feira, Donald Trump disse que o acordo inclui elementos ainda não divulgados, enquanto o Governo mexicano evitou confirmar se se comprometeu a aumentar as suas importações agrícolas.
Numa série de publicações na rede social Twitter, o presidente norte-americano defendeu o pacto migratório alcançado com o México, que levou à suspensão de taxas sobre todas as importações mexicanas, após o jornal The New York Times informar que alguns pontos do acordo já tinham sido decididos há alguns meses.
"Antes, o México não estava a cooperar na fronteira, e agora tenho plena confiança, especialmente depois de conversar ontem com o seu Presidente, que vão cooperar muito e que querem fazer um bom trabalho", escreveu Trump.
A embaixadora do México nos EUA, Martha Bárcena, explicou depois, em entrevista à cadeia televisiva CBS News, que na sexta-feira foi divulgada "uma declaração conjunta de princípios", que servirá como base de trabalho a "seguir nos próximos meses em relação à migração".
A representante diplomática salientou que o objetivo é reduzir o número de migrantes que chegam aos Estados Unidos para níveis de 2018, prevendo "resultados num período relativamente curto, de um mês ou mês e meio", com a mobilização de 6000 soldados da Guarda Nacional mexicana na fronteira com a Guatemala.
No mesmo dia, o presidente do México já tinha reiterado, a propósito do mesmo acordo, "a vontade de amizade, diálogo e colaboração" com os Estados Unidos, ressalvando que "os compromissos são para cumprir".
Se as duas partes não tivessem chegado a um acordo, as tarifas entrariam em vigor na segunda-feira, afetando todas as importações mexicanas, com taxas que poderiam alcançar os 25% até outubro.
No acordo, o México comprometeu-se a mobilizar 6000 elementos da Guarda Nacional para controlar a sua fronteira com a Guatemala e a receber os que solicitam asilo nos Estados Unidos, até que os seus pedidos sejam processados pelos tribunais dos EUA.