Luís Xavier confessou ter assassinado a mãe em casa, no Pinhal Novo, por esta se ter recusado a rezar com ele e quando o fez ter trocado os versos do pai-nosso.
Via nela uma entidade malévola. O crime aconteceu no dia 21 de abril de 2018, um dia depois do 86.0ºaniversário da idosa. O julgamento começou ontem, em Setúbal.
O arguido, um técnico de ar condicionado, de 50 anos, confessou ter apertado o pescoço da mãe e tê-la pontapeado na cabeça. Com a vítima já sem vida, espetou-lhe uma esferográfica no pescoço e outra nos olhos. "A minha mãe era a minha melhor amiga, com quem me dava excelentemente bem e se fosse hoje não faria aquilo. Estava completamente desnorteado", disse aos juízes.
Luís culpou de tudo o transtorno psicológico de que disse sofrer e que classificou como ansiedade, mas que a defesa quer provar tratar-se de esquizofrenia. O seu cunhado, que no dia seguinte encontrou a idosa morta, testemunhou que "teve de ser algo psicológico extremamente profundo". A juíza quis saber se alguma vez a vítima pediu ajuda, tendo o arguido respondido que sim, mas não alto, "já que ela não era mulher de levantar a voz".
No dia do crime Albertina Xavier ofereceu ao filho o lanche, torradas e chá, mas Luís não permitiu que a mãe lho fizesse, pois esta tinha por hábito esmurrar o pão para que coubesse na torradeira, ato que o homem considerava ser contra a fé católica, já que o pão representa o corpo de Cristo. Forçou então a idosa a rezar com ele no sofá e, perante a nega, começou a bater-lhe. "Ela disse que tinha feito um acordo que não lhe permitia rezar, insultou-me como nunca o fez antes e quando finalmente começou a rezar, trocou de propósito os versos do pai-nosso", explicou.