O Governo brasileiro lamentou, na segunda-feira, a perda do domínio do nome '.Amazon' para a empresa norte-americana Amazon Inc., em regime de exclusividade, afirmando que não existiu uma "solução mutuamente aceitável entre a companhia e os países da região amazónica".
Após uma discussão que se prolongou por sete anos, a Corporação da Internet para Atribuição de Nomes e Números (ICANN), na sigla inglesa), este organismo internacional que monitoriza os endereços da internet decidiu a favor da empresa Amazon em detrimento da Organização do Tratado de Cooperação Amazónica, que engloba oito países daquela região (Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela), que lutava pelo domínio '.Amazon'.
"Preocupa que uma decisão daquela entidade deixe de considerar adequadamente o interesse público identificado por oito governos, em particular a necessidade de defender o património natural, cultural e simbólico dos países e povos da região amazónica", disse o Itamaraty, nome como é conhecido o Ministério das Relações Exteriores do Brasil, em comunicado.
O ministério afirmou ainda que a decisão da ICANN, adotada na sexta-feira, não deveria ter ocorrido sem uma solução mutuamente aceitável.
"A decisão não leva em conta pareceres de política pública emanados do Comité Consultivo Governamental da Corporação, os quais reconhecem o caráter problemático e politicamente sensível do nome de domínio '.Amazon', e consideram que a atribuição desse nome de domínio só deveria ocorrer com base numa solução aceitável para os países da região amazónica", acrescentou o Itamaraty.
O executivo brasileiro frisa também que o país sul-americano tem sido "um firme defensor da abordagem multissetorial para a governança da internet", tendo em consideração os interesses de governos, da sociedade civil e do setor privado.