Uma embarcação que transportava pelo menos 20 venezuelanos afundou nas Caraíbas na semana passada, com a maioria dos seus passageiros desaparecidos, na segunda tragédia marítima num mês com pessoas a fugirem da crise.
Relatórios anteriores sobre o acidente relatavam que 32 pessoas estavam a bordo.
No mês passado, uma embarcação que transportava venezuelanos afundou na mesma área e mais de 20 pessoas continuam desaparecidas desse acidente.
No último incidente, a embarcação "Ana Maria" deixou Guiria, no Estado venezuelano de Sucre, e estava a caminho da ilha de Trinidad e Tobago quando afundou na quinta-feira, disse hoje um funcionário da agência de proteção civil da Venezuela.
O funcionário não estava autorizado a falar com a comunicação social e concordou em dar informações sobre o naufrágio sob a condição de que o seu nome fosse omitido.
Desde sábado que existiam rumores do naufrágio.
Parentes de pessoas a bordo apelaram por informações, mas o Governo do Presidente Nicolás Maduro não deu qualquer informação até ao final do dia de segunda-feira.
Um dos passageiros foi aparentemente resgatado por Robert Richards, um empresário e marinheiro norte-americano, que escreveu no Facebook que ele e a sua equipa encontraram um jovem venezuelano que esteve na água cerca de 19 horas.
Richards postou fotografias do homem agarrado a destroços no mar e disse que o barco que afundou estava a caminho de Trinidad para comprar mantimentos, porque a ilha venezuelana de onde vieram tem "comida limitada, que é muito cara".
O congressista de oposição Robert Alcala, do Estado de Sucre, disse que os passageiros incluíam uma mulher grávida, acompanhada por duas crianças de 2 e 3 anos.
Isidro Villegas disse que seu filho de 32 anos, Andy Villegas, migrou para Trinidad há um ano para sustentar a família e recentemente voltou para casa para visitar a mulher e filho. Na segunda-feira, Villegas enviou um barco para procurar o filho.
"Não há vestígios deles no mar", afirmou Villegas, que é capitão de navio, acrescentando: "Se eles se tivessem afogado, pelo menos os seus corpos teriam flutuado para a superfície".
Vários milhões de venezuelanos, ou pelo menos 10% da população, deixaram o país após anos de péssimas condições económicas. Embora a maioria dos migrantes venezuelanos tenha viajado por terra para a vizinha Colômbia e para o Brasil, barcos de pesca sobrecarregados algumas vezes contrabandeiam pessoas para ilhas vizinhas das Caraíbas.