Nuno Melo acusou o Governo de ter desperdiçado fundos europeus para os programas de refugiados, que foi notícia esta quarta-feira. O assunto serviu para o candidato do CDS ao parlamento europeu sublinhar que os autores de vários dos ataques cometidos na Europa tinham pedido asilo. O debate sobre as eleições europeias, transmitido pela TVI, ficou sobretudo marcado por acusações de mentiras em várias direções.
Nuno Melo sublinhou que "fugiram de Portugal 492 requerentes de asilo" e recordou as irregularidades encontradas pelo Tribunal de Contas. "O Tribunal de Contas detetou erros de 42 milhões de euros não utilizados, e estamos em risco de devolver fundos não utilizados", afirmou o candidato do CDS.
Pedro Marques, candidato pelo PS, considerou uma "vergonha", a forma como Nuno Melo se referiu aos refugiados. "Os refugiados devem ser recebidos com dignidade", afirmou.
A questão dos fundos europeus, sua aplicação, foi um dos temas que acendeu os ânimos no debate que juntou na antena da TVI Pedro Marques, PS, Paulo Rangel, PSD, Marisa Matias, BE, Nuno Melo, CDS, João Ferreira, PCP e Marinho Pinto, PDR.
Nuno Melo acusou, mais uma vez, o Governo de estar a desperdiçar fundos europeus. Paulo Rangel já tinha atacado Pedro Marques por causa de uma entrevista em que este teria anunciado cortes nos fundos europeus, o que foi desmentido pelo candidato do PS.
"Há duas mentiras repetidas pelo PSD: a de que Portugal vai ter um corte de 7% e a de que o Governo aceitou. Nenhuma é verdade", assegurou. "Paulo Rangel, está a mentir. Não misture alhos com bugalhos".
João Ferreira reconheceu "que há um problema na execução dos fundos comunitários", mas também disse que o problema está nos regulamentos.
Pedro Marques já tinha anteriormente sido chamado por Nuno Melo o "candidato fake news". Nuno Melo perguntou pela Ferrovia 2020 e se esta estaria executada a 40%. "Estará ou não?", perguntou. E respondeu o autor da perguntam dizendo que essa execução foi de "apenas a 25%". E concluiu: "Pedro Marques é o candidato das fake news".
Marisa Matias afastou-se da troca de acusações e Marinho Pinto lembrou que estavam naquele palco para falar do que se está a falar na Europa, e das novas preocupações, como sejam o crescendo da extrema-direita e dos populismos.
Paulo Rangel aproveitou ainda para pontuar as intervenções sobre os pontos fracos do Governo: degradação do Serviço Nacional de Saúde, Proteção Civil e a Segurança Rodoviária.
Curiosamente, nos discursos finais, os candidatos mostraram-se todos preocupados com as questões do clima, combate às alterações climáticas e políticas de sustentabilidade.