As instalações da FIL têm de expandir até aos 110 mil m2, mais do dobro, nos próximos anos. Lisboa pode ter que pagar indemnização.
O acordo celebrado entre a organização da Web Summit, da empresa Connected Intelligence Limited, o Estado e a Câmara Municipal de Lisboa prevê a expansão da FIL até aos 110 mil metros quadrados nos próximos anos.
A FIL tem 41 mil metros e a autarquia espera, em conjunto com a Fundação AIP - proprietária do espaço, - aumentar para uma área entre 90 mil m2 e os 110 mil m2 para exposição permanente até outubro de 2021. O acordo, a que o "Público" teve acesso, deixa esta expansão exclusivamente à responsabilidade da câmara e prevê que, caso a FIL não aumente o tamanho e não seja apresentada alternativa eficaz, a autarquia tenha de pagar uma indemnização à organização da Web Summit.
O crescimento será realizado em duas fases, devendo a primeira delas "ser concluída até ao dia 1 de outubro de 2019", tendo nessa altura a FIL "um mínimo de 53 mil metros quadrados de área de exposição permanente e 18 mil metros quadrados de área de exposição temporária", refere o contrato.
No ano passado, numa entrevista ao Dinheiro Vivo, o presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, já antecipava para 2019 a primeira fase da expansão das instalações da FIL, que deverá crescer para a área da antiga praça Sony e na ligação entre os pavilhões. Nessa altura, o autarca assumiu que as obras vão ser financiadas por Lisboa, admitindo que poderiam vir a ser usadas, para o efeito, as receitas da taxa turística.
O documento prevê também o empenho do executivo em funções em participar no evento, indicando nas cláusulas o compromisso de "assegurar a participação do primeiro-ministro de Portugal e de outras figuras públicas relevantes na Web Summit". É ainda assegurada a organização, pela parte portuguesa, de "nove receções de aproximadamente 200 pessoas cada uma; assim como 18 receções mais leves para 300 pessoas cada uma, durante o período do evento". Garantidos estão também "descontos nos meios de transporte da cidade" durante os dias da cimeira.
A Web Summit ficará em Lisboa até 2028, num acordo anunciado em outubro do ano passado e que prevê um investimento total de Portugal na ordem dos 110 milhões de euros, saídos dos cofres da autarquia, bem como do IAPMEI, do Turismo de Portugal e do AICEP. A cláusula de rescisão é de 340 milhões de euros por ano. Na altura, o presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, assumia já que a FIL teria de crescer para o dobro, nunca falando em valores de investimento especificamente destinados às obras para esta expansão.