Uma cidadã brasileira foi detida na quarta-feira passada, em Cascais, depois de ter agredido à marretada o companheiro, arquiteto de profissão, e de ter destruído totalmente o seu escritório, no primeiro andar de um edifício na área histórica da vila.
A mulher, de 36 anos, terá uma carteira profissional emitida pela Ordem dos Advogados e estará em situação irregular em Portugal há 17 dias, avançou, este sábado, o jornal digital Cascais24.
Momentos antes da detenção, a mulher arrombou a porta de entrada do escritório do companheiro, onde deixou um impressionante rasto de destruição. O homem, de 51 anos, que estava a almoçar, foi alertado para a presença da mulher e, já no local, foi agredido com uma marreta de cerca de 2,5 quilogramas. Já desarmada, a agressora ainda tentou atingir o arquiteto com um maçarico portátil.
Quando os agentes da PSP de Cascais chegaram, a vítima, que apresentava ferimentos no rosto, ainda procurava proteger-se da mulher, que estava também na posse de duas facas de cozinha, garrafas de álcool etílico, latas de spray, que usou para escrever palavras ofensivas na fachada do edifício, e um frasco de espuma vaginal, usado para simular um aborto espontâneo. Todos os artigos terão sido adquiridos numa loja chinesa do concelho de Sintra, adiantou o jornal local.
Detida e conduzida à esquadra, a mulher foi depois transportada pelos Bombeiros de Cascais à urgência psiquiátrica do Hospital de São Francisco Xavier, no Restelo, onde foi observada, tendo recebido alta e regressado a Cascais.
A mulher recebeu voz de detenção por violência doméstica e emigração ilegal. Ao final da noite de quinta-feira, um juiz de Instrução Criminal de Cascais aplicou-lhe a medida de coação de prisão preventiva, tendo a agressora sido transportada ao Estabelecimento Prisional de Tires.
A mulher já tinha sido detida em março, por agredir à facada o funcionário de um estabelecimento de restauração, no largo de Camões.
Agressora abortou em janeiro
Segundo o Cascais24, a relação entre a cidadã brasileira e o arquiteto, que se conheceram em ambiente profissional em 2017, terá começado no verão do ano seguinte. Já quase no final de 2018, uma gravidez da mulher levou ambos a viver juntos, entre um quarto alugado em Carcavelos e a habitação da mulher, em Santarém.
Depois de um curto período de férias em Pernambuco, no Brasil, o casal regressou a Portugal, tendo a mulher abortado espontaneamente no Hospital de Santarém, em finais de janeiro. Pouco depois, o casal arrendou um apartamento em Massamá, onde terá passado a viver.
Agressões começaram em março por razões desconhecidas
Terá sido em março que, em circunstâncias desconhecidas, as agressões da cidadã brasileira contra o companheiro começaram. O arquiteto contou às autoridades ter sido agredido com o espelho retrovisor do veículo que conduzia, no centro de Cascais, na sequência de uma discussão com a mulher.
Em finais de abril, também no escritório do indivíduo, a mulher lançou vários objetos, nomeadamente jarros e candeeiros, contra o companheiro, provocando-lhe ferimentos que o conduziram à urgência do Hospital de Cascais, onde o arquiteto omitiu a origem dos ferimentos.