Adelino Gonçalves Mendes, chefe de gabinete do Secretário de Estado da Proteção Civil, demitiu-se esta quinta-feira, depois de ter sido alvo de buscas da PJ e constituído arguido.
"Na sequência da constituição como arguido em processo relativo à sua atividade profissional anterior ao exercício de funções no Gabinete do Secretário de Estado da Proteção Civil, o Dr. Adelino Gonçalves Mendes pediu a exoneração das funções de Chefe do Gabinete. O pedido foi aceite pelo Secretário de Estado da Proteção Civil", revela uma nota do Ministério da Administração Interna.
Investigação desde 2017
De acordo com informações recolhidas pelo JN, a operação desta quinta-feira da Polícia Judiciária incide sobre fraude na obtenção de subsídios e vem na sequência de uma investigação que já tem dois anos e que, em 2017, já tinha levado à detenção de um contabilista e um advogado. Na altura, foram constituídos arguidos nove empresários do ramo do tratamento de resíduos.
As buscas desta quinta-feira prendem-se com a recolha de documentação para consolidar a prova já obtida em 2017. No terreno, estão inspetores da Unidade Nacional de Combate à Corrupção, da PJ de Lisboa e Porto, assim como elementos da Autoridade Tributária e ainda três magistrados do Departamento Central de Investigação e Ação Penal.
O caso está relacionado com a falsificação de documentos para candidaturas a fundos comunitários. Haverá faturas inflacionadas ou mesmo fictícias que eram apresentadas nas candidaturas.
Em 2017 a PJ explicou que a investigação estava relacionada com suspeitas de fraude que consistia "na sobrefaturação de máquinas e equipamento com vista ao inflacionamento de incentivos a receber no âmbito do QREN [Quadro Estratégico de Referência Nacional]".