Marcelo Rebelo de Sousa quer parcerias público-privadas (PPP) a funcionar como "válvula de escape" do SNS.
Para o presidente da República, qualquer proposta de Lei de Bases da Saúde que não contemple o setor social e também as PPP é "irrealista". Num programa de debate transmitido na RTP, Marcelo Rebelo de Sousa sustentou que os privados são uma "válvula de escape" importante para o funcionamento do Sistema Nacional de Saúde e que esta posição "não é ideológica", mas antes sustentada na "sensatez" e no pragmatismo.
Questionado sobre as últimas greves no país, o chefe de Estado também defendeu que "o mundo do trabalho mudou muito em Portugal", transformação que, porém, não foi acompanhada pelas tradicionais estruturas sindicais. Estas, disse, perderam influência para "movimentos inorgânicos" nascidos da sociedade civil, perante a "perplexidade" do Governo. "Os poderes políticos de toda a Europa não estavam preparados para isto", alegou.
Marcelo Rebelo de Sousa recusou, ainda, que a democracia portuguesa possa estar em perigo perante a emergência de movimentos populistas e rejeitou a teoria de que as próximas eleições europeias possam ser encaradas como um teste à "geringonça" e ao Executivo liderado por António Costa. Prometeu, por fim, "apagar-se" ao longo das campanhas eleitorais deste ano para que os partidos possam debater os programas que apresentarão a sufrágio.
A longa viagem de Marcelo rumo à China
O presidente da República faz quinta-feira o quarto discurso na sessão solene do 25 de Abril no Parlamento, partindo depois para a China, onde estará até ao dia 1 de maio para participar na segunda edição do fórum "Faixa e Rota". Marcelo Rebelo de Sousa parte às 14.30 horas de amanhã para Munique, seguindo depois para Pequim, onde chegará pelas 6 horas. A visita de seis dias começa simbolicamente na Grande Muralha e termina em Macau.