A mulher, de 52 anos, de origem tailandesa, detida por suspeita de ter assassinado uma empregada por causa de uma dívida é dona de um salão de massagens, em Matosinhos.
Tinha 40 anos e há meses que reclamava uma dívida de milhares de euros aos patrões, a quem tinha entregado dinheiro para ser sócia de um salão de massagens tailandesas. A patroa e o companheiro não queriam, afinal, dar-lhe sociedade nem devolver o dinheiro e terão assassinado a funcionária e desmembrado o corpo. A cabeça viria a ser encontrada no início de março, na praia de Leça, em Matosinhos. Entretanto, a Polícia Judiciária (PJ) do Porto reuniu prova para deter a empresária, de 52 anos. O companheiro está em fuga.
De acordo com informações recolhidas pelo JN, a vítima, de origem tailandesa, emprestou pelo menos dois mil euros aos patrões, que exploravam o salão de massagem Sangam, em Matosinhos.
A vítima andava insistentemente a pedir a devolução do dinheiro e ameaçava sair do salão, onde ela vivia, assim como os patrões.
"Dormiam todos ali, onde faziam vida. Habitualmente, havia sempre duas mulheres que atendiam as pessoas, mas havia poucos clientes", adiantaram ao JN vizinhos, que na quarta-feira foram surpreendidos por buscas da PJ.
"Havia inspetores de fato brancos e outros à civil. Desde quarta-feira que está fechado, mas ainda hoje [ontem] a PJ esteve aqui a fazer outras buscas", revelaram.
Desaparecimento oculto
A investigação começou no dia 7 de março, quando funcionários de limpeza da praia encontraram a cabeça.
Sem indícios sobre a identidade da vítima, os inspetores da brigada de homicídios iniciaram uma investigação que os levou ao salão de massagens de Matosinhos, onde desaparecera uma funcionária, sem que os patrões tivessem dado conhecimento do mesmo às autoridades.
Mas a investigação conseguiu ligar a dona do salão ao homicídio e prendê-la. Os inspetores encontraram sangue da vítima no estabelecimento, onde todos viviam, pelo que é provável que a vítima tenha sido ali assassinada. No entanto, terá sido desmembrada num outro local. Já o companheiro, que vivia também no salão, tinha fugido. As autoridades têm fortes suspeitas de que o indivíduo, também tailandês, ajudou a mulher, pelo menos a desmembrar e a desfazer-se do cadáver.
Ainda segundo apurámos, a mulher terá negado a autoria do crime. Sobre o desaparecimento da funcionária, apenas terá dito que saiu do salão, sem nunca mais regressar, desconhecendo o seu paradeiro.
A mulher foi levada ao Tribunal de Matosinhos, mas ao final da noite as medidas de coação ainda não eram conhecidas.