O PSD apresentou um requerimento à comissão parlamentar de inquérito à Caixa Geral de Depósitos para ter acesso a documentos relativos a crédito registados como "sem incumprimento", alegando que essa classificação pode não ser verdadeira.
Os sociais-democratas lembram "uma decisão do Tribunal da Relação de Lisboa, enviada à anterior comissão de inquérito da CGD, que apontava para alegados factos de manipulação de dados relativamente ao estado do cumprimento de créditos".
Na decisão do tribunal, de 20 junho de 2017, está patente que da análise dos autos "resulta que terá sido determinada a omissão de alguns registos de incumprimento, como é o caso dos 'triggers' de imparidade na área do locado imobiliário, na medida em que se detetou que clientes que apresentavam operações vencidas e tido pagas foram classificados no segmento 'créditos sem incumprimento'", o que "aponta para um ato deliberado no sentido de omitir o passivo gerado na esfera do banco".
Assim, pede o PSD à CGD acesso "a toda a informação sobre os créditos que foram registados 'sem incumprimento' quando tal não era verdade".
Ao Tribunal da Relação de Lisboa, os sociais-democratas pedem "elementos reunidos nos autos que não estejam em segredo de justiça e sustentam a decisão deste processo".
No requerimento, o PSD lembra que na audição parlamentar a Vítor Constâncio, na quinta-feira, o ex-governador do Banco de Portugal "admitiu poder ter havido" uma deficiente análise de risco e negligência na observância dos níveis prudenciais adequados por parte da CGD, bem como "no cumprimento de procedimentos internos, problemas de supervisão" no banco.