A barragem de Fridão, no rio Tâmega, junto a Amarante, que há vários anos é contestada pelas populações e ambientalistas, não irá sair do papel. O Governo tinha de decidir até dia 18 de abril se o projeto da EDP avançaria ou não. Luís Marques Mendes avançou este domingo que a decisão será negativa.
Anunciada no âmbito no âmbito do Plano Nacional de Barragens, em 2009, a barragem era para ter arrancado em 2012, tendo a EDP pago, há 10 anos, 218 milhões de euros ao Governo de José Sócrates.
"A vontade do Governo é não avançar. Falta saber como indemnizar a EDP", adiantou, na noite deste domingo, o comentador da SIC, Luís Marques Mendes.
Desde 2016 que a EDP aguardava luz verde para avançar com o complexo hidroelétrico, altura em que o Governo suspendeu para reavaliação deste e doutros processos de atribuição de licenças de produção elétrica.
Mas há um mês, numa sessão de esclarecimento no Centro Cultural de Amarante sobre um projeto de reabilitação do mercado municipal, o arquiteto Souto Moura disse aos presentes que tinha a informação de que a barragem não iria para a frente, surpreendendo até o presidente da Câmara local.
Em janeiro, o ministro do Ambiente, Matos Fernandes, havia admitido no Parlamento que seria inevitável uma indemnização de cerca de dois milhões de euros à EDP, caso a decisão fosse de não avançar com a obra. E na semana passada, no último debate quinzenal, quando questionado por Heloísa Apolónia, o primeiro-ministro António Costa deixou como garantia à deputada de Os Verdes que a decisão seria do seu agrado.
Em 2009, estudos de impacte ambiental levantaram muitas dúvidas sobre o projeto. Aliás, o extinto Instituto da Água (INAG), cuja estrutura transitou para a Agência Portuguesa para o Ambiente (APA), estimou que em caso de rutura desta barragem Amarante ficaria debaixo de água em minutos, dada a proximidade.