O presidente da EDP, António Mexia, garantiu, na terça-feira, que a elétrica não escolheu o ex-ministro Manuel Pinho para lecionar na Universidade de Columbia um curso de renováveis patrocinado pela empresa, depois de aquele ter deixado o governo em 2009.
"Não escolhemos o nome, não condicionámos o nome e não escondemos o nome", afirmou António Mexia sobre Manuel Pinho ter dado aulas num curso da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, patrocinado pela EDP, em audição na comissão parlamentar de inquérito ao pagamento de rendas excessivas aos produtores de eletricidade.
O presidente da EDP realçou que "Columbia foi escolhida por ser Columbia", expressão que repetiu várias vezes, sublinhando tratar-se de "uma das maiores universidades dos EUA", adiantando que o patrocínio de 300 mil euros por ano, durante quatro anos, resultou de um processo negocial que demorou seis meses.
"Quem escolhia o corpo académico era Columbia. Em quatro anos houve apenas intervenção do doutor Manuel Pinho no primeiro ano. Ninguém ia fazer um acordo para quatro anos a não ser que a proposta nos interessasse", acrescentou.
António Mexia recusou comentar o conteúdo dos e-mails do antigo ministro Manuel Pinho em que se oferecia para dar aulas na universidade norte-americana, em que adiantava que a Horizon (empresa adquirida pela EDP) estava disponível para garantir um patrocínio a um curso sobre energias renováveis desde fosse docente.
Confrontado pelo deputado do PSD Jorge Paulo Oliveira, o gestor disse que "o doutor Manuel pinho escreve e diz o que quiser", garantindo que "não estava nada comprometido" com Manuel Pinho, antes de haver acordo com a Columbia.
Em dezembro, Manuel Pinho disse em audição na comissão parlamentar de inquérito que, daquilo que se recorda, foi o reitor da Universidade de Columbia que o convidou a lecionar o curso sobre energias renováveis que foi patrocinado pelo EDP.
Também o administrador da EDP e presidente da EDP Renováveis, Manso Neto, garantiu que a escolha do ex-ministro Manuel Pinho para lecionar num curso patrocinado pela elétrica não foi da empresa, mas da Universidade de Columbia, elogiando o currículo intelectual do antigo governante.