O regulador da Saúde acusou o IPO do Porto de "falta de humanização", em resposta a uma queixa de uma mulher que foi impedida de acompanhar a mãe internada em estado terminal.
O caso chegou à Entidade Reguladora da Saúde (ERS) através de uma reclamação, que segundo aquela entidade "versa sobre questões relacionadas com o direito de acompanhamento em fim de vida, no serviço de Oncologia Médica" do IPO, no Porto.
Estando a mãe da autora da queixa, uma "idosa com patologia oncológica em estado clínico muito grave e em risco de vida, vindo a falecer poucos dias depois", foi negada à filha o direito de acompanhamento, que segundo a legislação lhe permitiria passar a noite com a mãe no quarto do hospital, lê-se num relatório da ERS.
Uma situação que revela "uma falta de humanização e respeito nos cuidados prestados à utente", que chegou ao ponto de o IPO ter ameaçado recorrer às forças de segurança "caso a utente não acatasse uma decisão, ademais, contrária ao legalmente previsto", acrescenta a ERS, na deliberação datada de dezembro de 2018.
Segundo a rádio TSF, o caso aconteceu no início de 2017, com a queixosa a evocar o Guião do Utente, que "os responsáveis do hospital lhe disseram estar desatualizado". Apesar de ter admitido à ERS que o regulamento estava desatualizado, em dezembro de 2018 o documento ainda não tinha sido alterado.
Numa primeira resposta ao regulador, o IPO desvalorizou o facto de a mulher ter ficado quase duas horas à espera para ver a mãe, no dia seguinte àquele em que foi impedida de acompanhar a mãe.