O líder da Aliança, Santana Lopes, falou atual estado do Serviço Nacional de Saúde, fez um apelo a Marcelo Rebelo de Sousa e não esqueceu Jorge Sampaio, na sua primeira intervenção no congresso fundador do partido, que decorre em Évora até domingo.
O líder da Aliança, Santana Lopes, pediu ao presidente da República para não exagerar na solidariedade com o Governo, ao aludir à convergência de Marcelo Rebelo Sousa com o executivo na questão da greve dos enfermeiros.
"Sempre defendi e defendo a solidariedade institucional entre presidente da República e Governo, mas não é preciso exagerar, é preciso equilíbrio", acentuou Pedro Santana Lopes na sua primeira intervenção no congresso fundador da Aliança, que decorre em Évora até domingo. O líder do partido falava aos congressistas e observadores pelas 22.15 horas, depois da sua intervenção ter estado prevista para depois do almoço.
O antigo primeiro-ministro disse não ter gostado de ver Marcelo "saltar como saltou" na questão da greve dos enfermeiros, recordando que o executivo de António Costa trata com "dois pesos e duas medidas" a bastonária da Ordem e o "senhor da Fenprof".
Santana Lopes elogiou, contudo, a seriedade e a competência do presidente da República, mas recusou-se a dar-lhe apoio antecipado, até porque "o homem ainda não decidiu se se recandidata ou não".
"A Aliança não é oposição ao sr. Presidente da República, nem quer ser", frisou, lembrando que tem estado ao lado de Marcelo quando este tem sido atacado, nomeadamente nos casos do bairro da Jamaica, no Seixal, ou no caso do furto de armas em Tancos.
É um crime de lesa-pátria o que se tem passado no SNS
Durante o discurso que proferiu no congresso, Santana Lopes considerou a "degradação do Serviço Nacional de Saúde" como um "crime de lesa-pátria", originado pelo sacrifício às metas do défice imposto pelo ministro das Finanças.
"É um crime de lesa-pátria tudo o que se tem passado no Serviço Nacional de Saúde. A situação só poderá ser invertida com crescimento económico sustentado, que tem de ser um desígnio nacional e envolver vontade política e convicção dos dirigentes partidários", defendeu.
O país estaria hoje muito diferente se Sampaio não tivesse dissolvido AR
Santana Lopes sugeriu ainda que o país poderia estar "muito diferente", para melhor, se o antigo presidente da República Jorge Sampaio não tivesse dissolvido o parlamento e provocado a queda do seu governo em 2004.
"Se o então presidente da República, em 2004, não tivesse feito o que fez, o país estaria hoje muito diferente, de certeza absoluta", acentuou.
Pedro Santana Lopes aproveitou a "conversa" com os militantes para defender que Portugal precisa das "políticas certas, sem a cobardia dos ataques pessoais".
"Vamos para a campanha sem fazer distinção entre partidos com assento ou sem assento parlamentar", apelou.