O Ministério Público não detetou violência doméstica e qualificou, em 2017, uma queixa de Sandra contra o duplo homicida (da sogra e da filha, de dois anos) como ameaça e coação.
A ex-companheira acabou por desistir daquele processo, mas os motivos de queixa nunca cessaram. A última denúncia às autoridades teve como causa o terror causado por Pedro Henriques, que recusava dizer onde estava a filha e indicava moradas falsas - inclusive ao tribunal.
Em setembro passado, o Tribunal do Seixal decidira provisoriamente a guarda partilhada da pequena Lara. Em audiência marcada para a passada segunda-feira (dia dos homicídios), a mãe da criança iria pedir a guarda total, apresentando provas de que Pedro utilizava a filha como arma de tortura psicológica, além de não ter residência nem ordenado fixo. A trabalhadora de "call center" tinha descoberto recentemente que, nas semanas em que estava com a filha, o homem pernoitava em hotéis ou em quartos arrendados.