O autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, convocou para sábado uma grande manifestação nacional e internacional de apoio à União Europeia e ao ultimato dado ao Presidente Nicolás Maduro para convocar eleições livres no país.
"No sábado, grande mobilização nacional e internacional. Estaremos nas ruas de toda a Venezuela e em todo o mundo, para acompanhar, apoiar a União Europeia e o ultimato que deu", disse este domingo.
Juan Guaidó publicou um vídeo na rede social Twitter, no qual convocou também os venezuelanos a realizarem ações de protesto na quarta-feira, 30 de janeiro, entre as 12:00 e as 14:00 horas locais (entre as 16:00 e as 18:00 horas em Lisboa) nos escritórios, casas, postos de trabalho e transporte público.
Guaidó começou a sua intervenção fazendo um balanço das ações realizadas pela oposição e fazendo referência aos países que já lhe manifestaram apoio.
"Usamos este meio porque sabemos que proibiram rádios e canais [de televisão] de dizer o meu nome. Eu lembro a Nicolás Maduro que quem tem medo do nome também tem medo das ideias e da força que o povo da Venezuela está a imprimir neste processo", argumentou.
Guaidó referiu ter participado numa missa, para orar pelos venezuelanos, pelo sacrifício dos jovens sobre quem, de maneira ingrata e desnecessária, as Forças de Ações Especiais (FAES) atentaram nos dias mais recentes.
"Quero que saibam que não vai ser em vão o sacrifício e o esforço dos nossos jovens nas ruas. O mundo tem visto de maneira muito clara e transparente que as nossas manifestações têm sido massivas, contundentes e pacíficas", disse.
Segundo Guaidó, o FAES "está fora da Constituição" e por isso pediu que seja investigado, de imediato, os nomes dos funcionários daquele organismo, juízes e procuradores que se têm prestado a ataques ao povo, inclusive em zonas humildes.
Por outro lado, instou os venezuelanos a passarem a mensagem sobre a Lei de Amnistia às Forças Armadas e a exigirem a entrada de ajuda humanitária no país, de alimentos e medicamentos.
Guaidó explicou que, ao contrário do anunciado, o pessoal dos consulados venezuelanos nos EUA "não aceitou a chantagem de regressar" e que o da embaixada norte-americana continua em Caracas.
O autoproclamado Presidente pediu à comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, "que não demore a sua visita à Venezuela" para que possa observar "a constante violação dos direitos humanos" no país.
Anunciou ainda que estão a ser enviadas comunicações formais a todos os países para proteger os ativos venezuelanos e impedir que continuem a saquear e a roubar os recursos da Venezuela.
No domingo, após uma missa em Chacao (leste de Caracas), Juan Guaidó enviou uma mensagem aos militares para que deixem de agredir os venezuelanos.
"Soldado da Venezuela eu ordeno-te: não dispares contra o povo da Venezuela. Não reprimas manifestações pacíficas", disse aos jornalistas.
"Não é através da repressão que vão parar um povo bravio, que quer uma mudança na Venezuela. Em apenas quatro dias são mais de 100 pessoas presas", destacou.
Por ouro lado, Juan Guaidó fez um apelo a Michell Bachelet: "veja o caráter das manifestações e o que acontece nas ruas da Venezuela".