Um efetivo da Guardia Civil resgatou o corpo de Julen este sábado de madrugada. Málaga fez minuto de silêncio e decretou três dias de luto pelo menino de dois anos.
"A posição do corpo indica que Julen caiu direto até aos 71 metros, onde foi encontrado", indicou o delegado do governo da Andaluzia, Alfonso Rodríguez Gómez de Celis, em conferência de imprensa.
"A tese é que durante a própria queda de Julen foi caindo terra por cima. As paredes do túnel são muito arenosas. Mas é uma tese que teremos de investigar", acrescentou.
Julen ficou tapado com terra
"O túnel até os 71 metros de profundidade estava totalmente coberto de terra. O ar que poderia existir estava entre os pés e a cabeça [do menino]. Julen ficou tapado com terra", revelou.
Alfonso de Celis acrescentou que "a Guardia Civil gravou toda a operação para ajudar na investigação". E o túnel foi tapado com uma placa de 600 quilos, para evitar qualquer entrada nos próximos dias. "A intenção é encher os dois furos e selá-los, quando houver autorização judicial", explicou.
E deixou um apelo: "Quem tenha feito um furo ilegal na Andaluzia e em Espanha, quem sabe se ainda não vai a tempo de o tapar. Acho que vale a pena que uma tragédia como esta não se volte a repetir".
Foi feito tudo o que era humanamente e tecnicamente possível
Nas operações participaram membros da Guardia Civil, bombeiros, mineiros, engenheiros, entre outros. "Foi uma sequência de obstáculos, aqueles que a montanha nos impôs. Parece que a montanha se defendia. Mas todos se focaram nesta missão colossal, que nos uniu a todos, e que nos permitiu fazê-lo da maneira mais rápida e eficaz que foi possível", frisou o delegado do governo da Andaluzia. "Foi feito tudo o que era humanamente e tecnicamente possível", garantiu.
Julen foi encontrado sem vida, pela equipa de resgate, às 1.25 horas locais deste sábado (00.25 horas em Portugal continental). Um efetivo da Guardia Civil resgatou o corpo. A autópsia decorre desde esta manhã.
Quando o localizamos sem vida sentimos muita dor
"Quando o localizamos sem vida sentimos muita dor. 300 pessoas a trabalhar 24 horas por dia como uma única, sem poupar meios, e não pudemos [chegar a ele com vida]. Isso dói muito". As palavras são de Francisco Delgado Bonilla, responsável dos bombeiros de Málaga. Espelham a vontade dos operacionais em encontrar Julen a mais de 70 metros de profundidade e a impotência perante a passagem dos dias e a impossibilidade de o menino ainda estar vivo.
"Esta situação de emergência nunca tinha acontecido no mundo. Removemos 86 mil metros cúbicos de terra. Agora faremos novos protocolos [de procedimentos], com aquilo que aprendemos", acrescentou.
Autoridades e populares reuniram-se, este sábado pelas 11 horas (10 horas em Portugal continental), em frente à câmara de Málaga, num minuto de silêncio em memória da criança de dois anos, resgatada ao fim de 13 dias, após a queda num túnel de 110 metros de profundidade, com 25 centímetros de diâmetro. O município decretou três dias de lut