Caos no trânsito em dia de enchente na Baixa. Medida adotada nos fins de semana de dezembro.
O fecho da Rua de Passos Manuel ao trânsito apanhou de surpresa os comerciantes e condutores, instalando a confusão na Baixa do Porto. A medida começou a ser adotada, sábado, pela Câmara do Porto e vai manter-se todos os fins de semana de dezembro, entre as 14 e as 20 horas. A Autarquia justifica a decisão - divulgada no seu site na sexta-feira - como uma forma de "garantir melhores condições de segurança face à grande afluência de peões" nesta época natalícia.
Sábado, com a cidade repleta devido às compras e à animação da quadra festiva, a confusão tomou conta do centro.
Ana Guimarães, comerciante na Rua de Passos Manuel desconhecia a decisão municipal. "Isto é inédito. Nunca tinha acontecido. Não consigo perceber porque é que cortaram a rua", afirmou. "Não recebi nenhuma informação sobre isso. Mas há muito movimento na mesma, as pessoas costumam passar a pé", explicou Ana Guimarães.
“Lotação esgotada” na Rua de Santa Catarina
"Não sabíamos que a rua estava cortada. Já calculávamos que fosse melhor não vir de carro, portanto viemos de Uber. Mas foi complicado conseguir chegar aqui", contou Diogo Mota, de 27 anos, com os amigos.
Muitos condutores que chegavam a Passos Manuel também foram surpreendidos e tiveram que seguir outro caminho, no meio de demoradas filas.
O corte da rua onde fica o Coliseu do Porto entupiu as artérias da envolvente e, ao invés de se ouvirem as músicas de Natal, as buzinas dos carros, impacientes, ecoaram pelos ares.
Até porque ontem a cidade teve uma verdadeira invasão natalícia, com milhares de pessoas nas ruas, incluindo muitos espanhóis que aproveitaram a ponte naquele país para fazer uma fim de semana prolongado na Invicta.
"É UMA LOUCURA"
"Vejo carros estacionados em todo o lado e de qualquer maneira. Nem no S. João se vê tanta gente como agora. É uma loucura", comentou João Carvalho. O bracarense, de 79 anos, que viajou até ao Porto para fazer compras de Natal, disse ainda que, quando estacionou o carro, a meio da manhã, "os parques já estavam a ficar todos cheios".
"Foi um bocadinho difícil estacionar. Fui à Rua de D. João IV e ao meio-dia já não havia lugar. Depois consegui arranjar aqui [no parque da Trindade]", explicou a lisboeta Raquel Mendes, 39 anos, de visita à família. "Só vim de carro por causa das crianças. De transporte público era muito fácil, sabemos disso", admitiu Raquel.
João Carvalho
79 anos
"Vejo carros estacionados em todo o lado e de qualquer maneira. Nem no S. João se vê tanta gente como agora. É uma loucura."
Diogo Mota
27 anos
"Não sabíamos que a rua estava cortada. Já calculávamos que fosse melhor não vir de carro, portanto viemos de Uber. Mas foi complicado."
Paulo Mendes
44 anos
"Costumo vir muitas vezes à Baixa e não costuma estar assim. Foi um grande stresse para arranjar lugar. Ao meio-dia já estava tudo cheio."