A porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders, reagiu, esta segunda-feira, com ceticismo às comparações entre o presidente norte-americano, Donald Trump, e o mandatário eleito no Brasil, Jair Bolsonaro, vencedor das eleições de domingo.
"Só há um Donald Trump, na minha opinião", afirmou Sanders durante uma conferência de imprensa na Casa Branca.
Bolsonaro foi apelidado durante a campanha eleitoral de Donald Trump brasileiro, devido à sua confessa admiração pelo Presidente norte-americano e o seu extenso historial de declarações de teor machista e racista, além do hábito de rebater as críticas, classificando-as de 'fake news' (notícias falsas).
Sanders também respondeu a uma pergunta sobre se a Casa Branca planeia exigir garantias ao novo governo de Bolsonaro de que respeitará os direitos humanos e as normas democráticas.
"Promovemos os direitos humanos em todo o mundo. Valorizamos a nossa longa relação com o Brasil e veremos que o acontece a partir de agora", acrescentou a porta-voz.
Trump falou no domingo por telefone com Bolsonaro, pouco depois de se confirmar a vitória nas urnas, e hoje deu conta dessa conversa através da sua conta oficial no Twitter.
"Tive uma boa conversa com o recém-eleito Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, que ganhou as eleições por uma margem substancial. Acordámos que os EUA e o Brasil trabalhem estreitamente em matéria comercial, militar e tudo o resto", escreveu Trump.
"Excelente chamada, expressei-lhes as minhas felicitações", acrescentou.
Por seu lado, a porta-voz do Departamento de Estado, Heather Nauert, disse em comunicado que os EUA e o Brasil "partilham uma colaboração vibrante baseada no compromisso mútuo de promover a segurança, a democracia, a prosperidade económica e os direitos humanos".
Bolsonaro, de 63 anos, e que foi vítima de um atentado durante a campanha eleitoral em que foi apunhalado numa ação pública, assumirá a Presidência brasileira a 01 de janeiro, como sucessor de Michel Temer.
Candidato do Partido Social Liberal (PSL, extrema-direita) Jair Messias Bolsonaro, capitão do Exército reformado, foi eleito no domingo, na segunda volta das eleições presidenciais, o 38.º Presidente da República Federativa do Brasil, com 55,1% dos votos.