Rússia acusou os EUA de estarem a aumentar a influência das armas nucleares no seu arsenal, uma campanha intensificada para garantir "a superioridade militar do país sobre o resto do mundo".
O diretor do Departamento de Não Proliferação e Controlo de Armas do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Andrei Belousov expressou, na segunda-feira, junto do comité de desarmamento da Assembleia Geral da ONU que Moscovo está "especialmente preocupado" com a revisão da postura nuclear de Washington, que prevê o fabrico de novas armas nucleares.
De acordo com Andrei Belousov, os EUA estão a desenvolver uma defesa global contra mísseis balísticos, o que provocará um desequilíbrio das armas convencionais no mundo.
A Rússia tem pedido repetidamente "condições apropriadas" e que se tomem "medidas práticas para libertar o mundo das armas nucleares".
Estas declarações vêm na sequência, dos EUA terem anunciado, no sábado, que vão retirar-se de um tratado sobre armas nucleares assinado com a Rússia durante a Guerra Fria, na qual acusaram Moscovo de violar o acordo "há muitos anos", disse o presidente norte-americano, Donald Trump.
"A Rússia não respeitou o tratado. Então, vamos por fim ao acordo e desenvolver as armas", afirmou Donald Trump, citado pela Agência France Presse, depois de um comício em Elko, no estado do Nevada, referindo-se ao tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermédio (INF, sigla em inglês), assinado em 1987 pelos então presidentes norte-americano e soviético, Ronald Reagan e Mikhaïl Gorbachev, respetivamente.