É o movimento mais pedido esta sexta-feira de manhã ao balcão da Caixa Geral de Depósitos da cidade do Luxemburgo, após a notícia de que o banco vai cessar atividade no país: transferir as poupanças para outro lado. Mas também há quem não tenha conta noutro banco e já não tenha tempo para a abrir antes das férias.
A notícia caiu ontem à tarde, denunciada pelos sindicatos que estão a negociar a compensação dos 23 trabalhadores afetados pelo encerramento, e apanhou todos os clientes de surpresa. "Estive ontem a fazer uma transferência para pagar umas obras lá em baixo e não me disseram nada", lamenta Júlia, que só soube quando o filho lhe ligou. "Ele disse-me: 'Vi aqui na internet que vai fechar'. 'Não é verdade!'", respondeu a imigrante, de 65 anos, a viver há 48 no Luxemburgo. "Estive lá agora e ninguém me disse nada!".
Esta manhã, Júlia não perdeu tempo. "Vim resolver a situação. Tenho de tirar o dinheiro todo de uma vez, porque vão fechar e não me deram solução, e eu tenho um homem doente", queixa-se. "O meu marido está a fazer quimioterapia e recebe a reforma nesta conta. É preciso que ele assine uns papéis para mudar [a transferência permanente da pensão], e depois tenho de reconhecer o papel no notário", explica a imigrante, com a preocupação estampada no rosto.