Satkeys

INFORMAÇÃO / DESPORTO => Secção Informação => Informação Nacional => Tópico iniciado por: Nelito em 13 de Outubro de 2018, 11:27

Título: Joana Marques Vidal diz que mandato de PGR devia ser único mas mais longo
Enviado por: Nelito em 13 de Outubro de 2018, 11:27
(https://static.globalnoticias.pt/jn/image.aspx?brand=JN&type=generate&guid=88860a6f-b6db-4259-9468-4d799739bb74&w=744&h=495&t=20181012231800)
Joana Marques Vidal, que esta sexta-feira cessou funções de procuradora-geral da República, afirmou que a Constituição prevê a possibilidade de renovação do mandato, mas pessoalmente entende que este devia ser único, embora mais longo.

Na entrevista à SIC e Expresso, Joana Marques Vidal confessou ter feito o "máximo que conseguia fazer" no cargo e revelou ter sabido que "não iria haver renovação" do mandato duas horas antes de ter sido anunciado o nome de Lucília Gago para lhe suceder à frente da Procuradoria-Geral da República (PGR).

O nome da sua sucessora foi-lhe comunicado pela ministra da Justiça, Francisca Van Dunem, uma hora antes do anúncio oficial que a escolha recaía em Lucília Gago, precisou.

Joana Marques Vidal garantiu que saía "sem mágoa nenhuma" do cargo que exerceu durante seis anos, assegurando que o relacionamento institucional com o Presidente da República e com o primeiro-ministro "foi sempre saudável e cordial".

A magistrada frisou que "o poder é muito efémero e os elogios também", dizendo acreditar que alguns elogios que recebeu foram sinceros, mas outros não.

Joana Marques Vidal, 62 anos, referiu que agora vai de férias para compensar o descanso que "não teve" no cargo e que quando regressar "há vários lugares no Ministério Público que são próprios para uma procuradora-geral adjunta [o seu grau na carreira]", provavelmente junto de um dos supremos tribunais.

Quanto à polémica sobre a renovação ou não do mandato de PGR, Joana Marques Vidal admitiu que a Constituição prevê a possibilidade de renovação, mas que, em seu entender, este mandato devia ser único, mas mais longo, entre os seis e os nove anos, por forma a dar "maior liberdade de exercício ao PGR".

Joana Marques Vidal afirmou já ter reunido com Lucília Gago para falarem sobre dossiês e da dinâmica e atividade da Procuradoria, alegando que não é possível prever qual será o maior desafio da sua sucessora no cargo de PGR.

"Isso é imprevisível. Todos os dias somos surpreendidos", declarou, sublinhando, contudo, que o Ministério Público (MP) tem um "passo muito importante", que é a aprovação do seu estatuto, porque se trata de um "diploma estruturante do MP".

Joana Marques Vidal, cujo mandato ficou marcado por inquéritos como a Operação Marquês, caso Fizz e processo do BES, entre outros, admitiu que "amanhã podem aparecer casos ainda maiores".

A magistrada falou ainda do esforço do MP no combate à violência doméstica e lamentou que este ainda não esteja devidamente organizado e eficaz nos tribunais administrativos, onde tem competências importantes na defesa de interesses relevantes para os cidadãos.