A janela de oportunidade para a humanidade controlar o aquecimento global, através da redução da emissão de gases com efeito de estufa, está a fechar mais depressa do que se admitia, segundo um estudo divulgado hoje.
Estimativas iniciais do 'orçamento do carbono' -- a quantidade de dióxido de carbono, gás que retém calor, que se pode libertar na atmosfera sem aquecer a Terra em mais de dois graus Celsius (2ºC) -- têm-se localizado entre 590 mil milhões e 2,4 biliões (milhão de milhões) de toneladas.
Porém, a nova pesquisa situa o limite máximo em metade deste, nos 1,24 biliões de toneladas de dióxido de carbono.
"Concluímos que este orçamento está no limite inferior do que os estudos indicavam até agora", afirmou o principal autor do documento, Joeri Rogelj, um cientista do clima, do International Institute for Applied Systems Analysis, da Áustria.
"Se não começarmos a reduzir as nossas emissões imediatamente, vamos rebentá-lo (ao orçamento) em poucas décadas", avisou.
O objetivo de conter o aumento da temperatura da superfície em 2ºC, limite visto então geralmente como o limite a não superar sob pena de entrar em zona perigosa, foi estabelecido pela primeira vez em 2010.
Mas milhares de estudos científicos posteriores demonstraram que até uma pequena subida da temperatura pode ter consequências severas, em particular para as nações mais pobres.