O secretário-geral do PSOE deixou mais longe um eventual acordo de governo de coligação com o Podemos ao recusar a "negociação exclusiva" que lhe pede o partido de Pablo Iglesias.
Pedro Sánchez falava após um primeiro encontro com Pablo Iglesias no quadro das negociações do líder socialista com vista à formação de um governo em Espanha, mais de 45 dias depois das eleições gerais de 20 de dezembro.
Iglesias surpreendeu o resto dos líderes políticos quando, a 22 de janeiro, propôs um executivo de coligação com o PSOE e a Izquierda Unida (comunistas), consigo a vice-presidente do Governo e reclamando pelo menos cinco ministérios para o Podemos (Interior, Defesa, Justiça, Economia e Negócios Estrangeiros).
O secretário-geral do PSOE, que recebeu o convite do Rei Felipe VI para formar governo - após o vencedor das eleições, Mariano Rajoy, (PP) ter recusado um convite semelhante alegando por falta de apoios - preferiu não responder a esta proposta do Podemos, afirmando que iria negociar "à esquerda e à direita", neste caso com o Ciudadanos (centro-direita).
Iglesias tem vindo a afirmar nos últimos dias que o PSOE tem de optar entre o Podemos e o Ciudadanos como parceiro de negociação, salientando que não aceitará que os socialistas façam incluam o partido de Albert Rivera num acordo para um "governo de mudança", ou seja que afaste a direita (PP) da Moncloa.
Esta sexta-feira, após o encontro com o líder do Podemos, Sánchez rejeitou a "negociação exclusiva" que o Podemos propõe, afirmando que o partido de Iglesias "não entende os novos tempos" criados pelos resultados das eleições.
O PP de Mariano Rajoy ganhou as eleições (elegendo 123 deputados), mas sem maioria absoluta e perdendo 63 assentos face a 2011, deixando o PSOE em segundo (90 deputados, mas com o pior resultado da sua história). O Podemos, e as formações regionais "irmãs", conseguiu 69 assentos e o Ciudadanos outros 40, pelo que são inevitáveis acordos pós-eleitorais para garantir maiorias parlamentares.