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INFORMAÇÃO / DESPORTO => Secção Informação => Informação Nacional => Tópico iniciado por: Nelito em 07 de Maio de 2016, 07:58
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Ex-primeiro-ministro vai estar hoje ao lado de António Costa na inauguração do Túnel do Marão
(http://static.globalnoticias.pt/storage/DN/2016/dn2015_detalhe_topo/ng6698184.jpg)
José Sócrates vai participar hoje pela primeira vez numa cerimónia oficial promovida pelo governo de António Costa - a inauguração do túnel do Marão -, mas na verdade não foi esta primeira vez que lhe chegou, com o mesmo remetente, um convite oficial. Foi, na verdade, a segunda.
Em janeiro passado, o antigo primeiro-ministro e antigo líder socialista, juntamente com vários outros ex-chefes de governo, foi convidado pelo executivo liderado por António Costa a participar numa cerimónia de celebração dos 30 anos de adesão de Portugal à UE.
Era um tempo em que na Presidência da República ainda estava Cavaco Silva, que foi à cerimónia. Sócrates recusou e fez o mesmo em relação a outros convites protocolarmente obrigatórios pela condição de ex-primeiro-ministro: a tomada de posse de Marcelo Rebelo de Sousa como Presidente da República; ou a celebração no Parlamento do 25 de Abril. E também pelo menos um partidário: a celebração dos 43 anos do PS, na sede nacional do partido, com António Costa presente.
Mas desta vez era difícil. A obra a inaugurar é de certo modo sua - já foi lançada em 2009, quando chefiava o governo. Além do mais, Sócrates tem ligação à terra: nasceu no distrito de Vila Real (freguesia de Vilar de Maçada, Alijó). Mário Lino, que era ministro das Obras Públicas quando a construção se iniciou, também foi convidado - e também aceitou. Bem como o seu secretário de Estado Paulo Campos.
Ontem, falando ao DN, Sócrates definiu a abertura do túnel como um "símbolo": "Um símbolo de um tempo que acabou, o tempo que separava os que lá estão [além do Marão] e os que cá estão". "É um reencontro num espaço de justiça", acrescentou, enquadrando a opção de fazer avançar a construção do túnel numa "decisão de Estado que era fazer investimento no interior para criar um país equilibrado no acesso às condições de desenvolvimento". "Porque", sublinha, "a natureza da política é a ação e a negação da política é passar o tempo a explicar porque não se fazem coisas." E o túnel do Marão , sendo um símbolo dessa prioridade, não é o único: "Também o Alqueva, no Alentejo, ou a criação de uma Faculdade de Medicina na Covilhã."
E não está só em causa dar ao Interior condições de desenvolvimento iguais às do resto do território, removendo pela engenharia e pelo investimento público obstáculos naturais que separam regiões.
Trata-se também - diz - "de salvar vidas", recordando que em tempos não muito distantes morriam em média 22 pessoas por ano no troço Amarante-Bragança, projetando-se agora que essa média desça para algo entre zero e um. Aceitando participar na cerimónia, Sócrates fornece à cerimónia um segundo centro de atenções, além da inauguração do próprio túnel. Será o momento do reencontro público com António Costa. Que seja do conhecimento público, a última vez que estiveram juntos foi quando Costa, ainda só líder do PS, foi visitar Sócrates à prisão de Évora, em 31 de dezembro de 2014 (ontem, no contexto da Operação Marquês, a sua defesa anunciou em comunicado que vai mesmo poder ter acesso a todo o processo, por decisão do Tribunal Constitucional). Depois, se algum encontro existiu, não foi revelado.
A construção deste troço rodoviário começou com Sócrates e passou depois para Passos Coelho, que o fez retomar em 2013, depois de uma paragem de dois anos . Passos foi também convidado pelo atual governo a estar presente na cerimónia mas declinou, por motivos de agenda. Estará durante a tarde toda numa conferência no Palácio da Bolsa, no Porto, e depois num jantar de celebração do 42.º aniversário do PSD, na Alfândega.
Falando ao DN, um deputado do PSD eleito por Vila Real, Luís Leite Ramos, saudou a abertura do túnel como "muito importante" para o "conforto" e a "segurança" dos que circulam em Trás-os-Montes . Mas também disse que todos os percalços que rodearam a construção foram "uma metáfora de um tempo recente, com obras paradas" por inoperância do Estado.
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Hahahahha , sao todos iguais