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INFORMAÇÃO / DESPORTO => Secção Informação => Informação Internacional => Tópico iniciado por: M@nolo em 20 de Fevereiro de 2016, 05:27

Título: Benito Muros: “Perseguem-me por criar uma lâmpada que não acaba nunca“
Enviado por: M@nolo em 20 de Fevereiro de 2016, 05:27
Benito Muros: “Perseguem-me por criar uma lâmpada que não acaba nunca“

A bateria de um telemóvel morre ao fim de dois anos, um computador, quatro, o frigorífico começa a ter problemas ao fim de oito anos e de repente, em um belo dia, a televisão diz adeus.  “Não há nada para se fazer além de comprar outra”.

É possível de se fazer produtos que durem mais do que isso? Quem sabe a vida toda? Benito Muros da S.O.P. (Sem Obsolescência Programada), diz que é possível. Por isso está ameaçado de morte.

(http://img156.imagetwist.com/th/11034/d6uk23ga8xsu.jpg)

O conceito de obsolescência programada surgiu entre 1920 e 1930 com a intenção de criar um novo modelo de mercado, que visava a fabricação de produtos com curta durabilidade de maneira premeditada obrigando os consumidores a adquirir novos produtos de forma acelerada e sem uma necessidade real.

As novas lâmpadas e a luta de Benito Muros respondem a um novo conceito empresarial, baseado em desenvolver produtos que não caduquem, como os frigorificos ou máquinas de lavar roupa que duravam a vida toda.

Uma filosofia empresarial mais conforme com os nossos tempos (de respeito pela natureza e o uso dos recursos naturais com maior responsabilidade), graças à comercialização de produtos que não estejam programados para ter uma vida curta, senão que respeitem o meio ambiente e que não produzam resíduos que, por vezes, acabam despejados em contentores de lixo no terceiro mundo.

Conheça a lâmpada neste vídeo:
! No longer available (http://www.youtube.com/watch?v=L2UmdlUMXas#)

Veja no final do artigo a entrevista onde Benito fala sobre o seu projeto.
Trata-se de um movimento que denuncia a Obsolescência Programada. Lutamos para que as coisas durem o que tenham que durar, porém os fabricantes de produtos electrónicos programam os equipamentos para que durem um tempo determinado e obrigam os utilizadores a comprar outros novos. A lei permite!

O consumo de nossa (perdulária e irresponsável) sociedade está baseado em produtos com data de validade. Mudar isso suporia mudar o nosso modelo de produção e optar por um sistema mais sustentável. Os fabricantes devem ser conscientes de que as crises de endividamento como a que vivemos são inevitáveis e que podemos deter o crime ecológico.

(http://img24.imagetwist.com/th/11034/eubuvlefalsh.jpg)

Entrevista a Benito Muros:
(Repórter: Não queima nunca?)
Nunca! Dura mais de cem anos, porém como não veremos isso, oferecemos uma garantia de 25 anos.

(Repórter: Não se vê isto nos grandes armazéns.)
Não, porque as distribuidoras dizem-nos que vivem das que se queimam. Inclusive recebemos ofertas de milhares de dólares para a tirar do mercado.

(Repórter: E quanto custa a sua lâmpada?)
Pode ser comprada online por uns 37 euros. Aos fabricantes não lhes interessa.

(Repórter: Um génio ou um louco?)
Nem um nem outro. Somente procuramos uma sociedade mais justa. Ainda que isto signifique estar ameaçado de morte.